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Novela colombiana: James é 'escanteado' por Zubeldía em São Paulo recheado

Bruno Madrid e Gabriela Brino
do UOL

Do UOL, em São Paulo

06/05/2024 04h00

James Rodríguez voltou a ter dias dramáticos no São Paulo. O colombiano, que nunca engatou uma sequência desde que chegou ao clube no ano passado, ficou fora até do banco na partida do Tricolor contra o Vitória. O duelo acabou em 3 a 1 para os paulistas, que acumulam cinco jogos de invencibilidade e vão evoluindo sem o renomado meia.

Problema colombiano

James só jogou cinco minutos desde que Zubeldía assumiu a equipe. Ele entrou apenas na reta final do clássico contra o Palmeiras, no Morumbis, na semana passada.

Contra o Vitória, o meia nem sequer esteve presente entre os reservas. O técnico optou por dar chance a Galoppo, Rodriguinho e Erick, que, inclusive, entraram durante o jogo.

Zubeldía tem muitas opções para o meio e acabou "escanteando" James. No São Paulo, atuam no setor do colombiano nomes como Luciano, Nestor, Galoppo e Lucas — que está machucado. Até atletas como Wellington Rato e Michel Araújo podem exercer essa função de armador.

Eu tomo decisões em relação ao que vejo e para isso estou aqui, para tomar decisões. Se não está o James, é porque considero que tem que estar outros companheiros. (...) Tenho clara qual é a minha profissão e tenho clara qual é a minha responsabilidade. Um treinador vive tomando decisões, e tratamos junto com o meu estafe que essas decisões sempre sejam em favor do grupo e que sejam, em sua maioria, positivas Luis Zubeldía, sobre ausência de James

Novela colombiana é antiga

O pouco espaço de James na equipe titular não é recente. O jogador assinou com o São Paulo no fim de julho, mas nunca conseguiu conquistar seus comandantes.

Com Dorival Júnior, o meia pouco atuou. No total, foram nove partidas como titular — só uma completa. Em outras cinco, ele entrou durante o jogo.

James não foi usado nos momentos decisivos, como as finais da Copa do Brasil. Nos dois duelos contra o Flamengo, ele não saiu do banco de reservas.

Com Thiago Carpini, ele ficou fora da lista de relacionados na decisão da Supercopa do Brasil, quando o São Paulo bateu o Palmeiras nos pênaltis. Dias depois do título, o atleta chegou a pedir para sair do clube, mas voltou atrás e foi reintegrado.

Por que ele não engrena?

O coordenador do São Paulo, Muricy Ramalho, defendia que ele tinha que jogar. Em entrevista aos jornalistas do UOL Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi, o ex-técnico argumentou que o talento acima da média de James justificava a escalação — a declaração ocorreu ainda na época em que Carpini comandava o elenco.

Na semana passada, Muricy mudou de ideia. Ele falou sobre o tema em entrevista à TNT Sports e explicou que a questão física do futebol brasileiro está dificultando a vida do colombiano.

Ele é um craque, não há dúvida. No treino, você vê ele fazer coisa que quase ninguém faz hoje: toca para o lado olhando para o outro, encontra espaços... é tipo o Ganso. Acontece é que o futebol está muito intenso. Os jogos estão truncados, táticos, de muita intensidade... no vestiário, os jogadores ficam arrebentados. O jogo é muito físico, e isso não favorece ele. Ele sente muito isso, e todos os técnicos exigem isso. O futebol é físico, sabemos disto Muricy Ramalho

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