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Presidente do Guarani dá dura no elenco: "chega de passar a mão na cabeça"

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Imagem: Divulgação
do UOL

Do UOL, em Santos (SP)

24/07/2019 18h20

Derrotado por 1 a 0 pelo Cuiabá na noite de ontem, em pleno Brinco de Ouro da Princesa, o Guarani chegou à sétima derrota em 11 jogos na Série B e caiu para a lanterna da tabela. O novo resultado negativo fez o presidente Palmeron Mendes Filho mudar o cronograma e se reunir com elenco para duras cobranças - além de conceder uma coletiva não programada.

Depois da reunião com os jogadores, o presidente bugrino falou com a imprensa e admitiu o teor da extrema cobrança na conversa. Durante a coletiva, Palmeron classificou a temporada do Guarani com nota 2,5, pediu o 'fim da dorzinha' aos atletas, ressaltou que só pretende contar com jogadores que queiram ficar no Brinco de Ouro e disse ter certeza que o time não cairá para a Série C.

"Hoje é uma coletiva não programada, por causa de ontem. Um jogo horrível. Acabamos de sair do vestiário, reunimos todo o elenco para uma cobrança muito mais forte, que não tivemos até a presente data no Guarani. Foi aberta palavra para todos os atletas, comissão técnica, todo o staff, diretoria, departamento médico e todo o departamento de futebol. É inconcebível o Guarani na lanterna, com investimento que foi feito, salários em dia, condições de trabalho que nós damos. E fazer o jogo que estamos fazendo. Ontem foi sofrível, o Guarani não agride ninguém, dá contra-ataque para todo mundo, e essa situação tem que mudar", disse.

"Estamos a seis pontos para sair da zona de rebaixamento, na lanterna do campeonato, na pior campanha da história. E isso vai mudar a partir de hoje. Os atletas que não tiverem comprometimento vão embora. Vai ficar aqui quem irá reverter a situação do Guarani. Estamos em vias de uma eleição para o Conselho Deliberativo. Primeiro ato que o Conselho de Administração fará é pedir uma reunião com os eleitos para discutir o futebol do Guarani", acrescentou o presidente, que estava acompanhado de Fumagalli, Marcus Vinícius e Gabriel Remédio, todos eles responsáveis pelo departamento de futebol do Guarani.

Com o time sem vencer desde a terceira rodada da Série B, quando superou o Vitória no Brinco de Ouro, Palmeron Mendes Filho deu um recado aos jogadores e disse que só ficará no elenco aquele que deseja honrar a camisa bugrina.

"O Guarani precisa voltar a ganhar. Aos jogadores que não estão rendendo, temos que buscar em conjunto uma solução. Se houver dificuldade para esses atletas aceitarem isso, a solução será uma rescisão. Ficarão aqui aqueles que desejam honrar a camisa do Guarani. Chega de DM, de dorzinha, de faz de conta. Quer ficar no Guarani, tem todo nosso apoio e daremos condição de trabalho. Não quer, seja feliz em outra casa. Isso vale para todo o elenco, inclusive para quem acabou de chegar. Se chegou e se decepcionou com a casa, pode voltar para onde estava sem problema nenhum", pontuou.

O presidente bugrino comentou sobre a aceitação do técnico Roberto Fonseca, colocou a culpa das derrotas nos jogadores e disse que o clube dá totais condições para cada um exercer, bem, a sua profissão.

"O Guarani não pode estar na situação que está. Não pode repetir seguidamente más partidas. As condições de trabalho estão sendo dadas. Salários em dia, estamos concentrando hoje para o jogo de sexta-feira. São bons hotéis, avião, alimentação boa, uniforme limpo, e o Guarani patina, patina, patina, patina. A parte do Conselho de Administração está sendo feita, da diretoria de futebol está sendo feita. Estamos no terceiro treinador. Acabou o dérbi e os atletas se reuniram pedindo a permanência do treinador. Não deram a resposta dentro de campo. Trouxemos o Vinícius e os atletas não fizeram a parte deles. Estamos no Roberto Fonseca, que teve 99% de aceitação, e os atletas não estão fazendo a parte deles. Isso compete exclusivamente aos jogadores. Nove peças saíram, cinco chegaram, outros dois não estrearam. Se for preciso, contrataremos mais 12, mas o Guarani não ficará nessa condição", disse.

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Protestos da torcida são justos

A cobrança pública não é diferente do que aconteceu no vestiário. Eu também sou cobrado publicamente, Fumagalli também, Marcus Vinícius é cobrado todos os dias. Meu escritório foi incendiado, pichado, meus filhos foram ameaçados. Eles [jogadores] precisam sair da zona de conforto deles porque não pode ganhar seis pontos. Não quer ser cobrado, vai jogar peteca. Para ficar aqui tem que honrar a camisa. Se tem medo de cobrança, pede para sair. Torcida está certa de fazer protesto, manifestação, porque é inadmissível seis pontos para todo o investimento, condição de trabalho que nós damos. Se estiver insatisfeito, vá embora. Vá para outro time, vá jogar xadrez, outro esporte. Não temos receio nenhum", acrescentou.

Nota para atual temporada

Hoje? 2,5. Fizemos a nossa obrigação no Paulista, não classificamos, deixamos de receber dinheiro que estava no orçamento. Fomos eliminados na Copa do Brasil por um time semiamador e perdemos dinheiro que estava no orçamento. Deixamos de receber renda por um jogo do Corinthians na segunda fase da Copa do Brasil, por um jogo do Palmeiras na segunda fase do Paulista. A nota é 2,5 só porque não fomos rebaixados no Paulistão. Tenho a convicção que fecharemos esse ano no mínimo com 6, que é a manutenção na Série B. A responsabilidade é toda do Conselho e da diretoria de futebol, e por isso a diretoria está aqui do meu lado. Nós compartilhamos dessa responsabilidade e vamos reverter essa situação.

"Não se pode tomar contra-ataque do Cuiabá"

Mudança sempre haverá. Na minha forma de pensar, não se joga com três atacantes e não se faz gol. O Guarani tem que começar a fortalecer a defesa, tem que parar de levar gol e começar a fazer. Nós tomamos contra-ataque de todo mundo. Conversamos muito com a diretoria de futebol. Saí uma hora da manhã, todos aqui, diretoria, comissão técnica. Os jogadores dormindo e a gente trabalhando. Está na hora de começar a trabalhar. Não se pode tomar contra-ataque do Cuiabá, e só não foi mais porque eles perderam gol sem goleiro. Vai ter que mudar isso.

Guarani não será rebaixado

Nosso limite é tirar o Guarani dessa situação. Guarani está patinando, patinando. Aqueles que ficarem irão tirar o Guarani dessa situação. Meu limite é março de 2020. Não sou candidato e não serei candidato à reeleição, vou cuidar da minha vida. Mas tenho certeza absoluta que eu vou sair com o Guarani no mínimo na Série B do Campeonato Brasileiro. Chega de passar mão na cabeça. Vocês não sabiam, ontem tinha premiação para ganhar o jogo. No dérbi, que perdemos de 3 a 0 lá em cima, tinha uma das maiores premiações da história do Guarani. E não tivemos competência.

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