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Abel endossa 'Endrick na Disney' e cita Ayrton Senna: 'Não entenderam'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/05/2024 21h46

O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, passeou por diferentes temas na entrevista coletiva pós-vitória sobre o Cuiabá, em jogo realizado na noite deste domingo (5) pelo Campeonato Brasileiro. O português explicou, por exemplo, a revolta de Endrick, que deixou o gramado insatisfeito após perder um gol — retomando o assunto "Disney"— e exaltou o gesto de Rony, que deu a bola para Estêvão bater um pênalti.

O que Abel falou?

Jovens em alta. "É um trabalho conjunto. Eu sou aquele que escolhe o momento certo de os mandar para Disney, e o Estêvão tem que ir porque não pode perder essa alegria que tem nas pernas. Ele fez 17 anos agora. Um dos sonhos do Ayrton Senna era ir para a Disney, e ele não conseguiu, mesmo sendo experiente. Quando falei sobre o Endrick, muitos de vocês não tiveram a visão ou não entenderam o que quis dizer. Não podemos esquecer da idade que eles têm, e estou aqui para os ajudar não só no crescimento como jogador, mas como homens. Tenho a certeza: quanto melhor homens eles foram, melhores jogadores serão. Não consigo separar o homem do jogador, e ir para a Disney tem a ver com isto: não ceder à pressão da imprensa e dos empresários.

Profissional x pessoal. "Às vezes, quando o jogador não tem família estruturada, é muito difícil lidar com a fama. Temos que formar primeiro o homem para, depois, formar o jogador. Foi isso que quis dizer sobre a Disney. Para mim também: queria ir lá e não fui, estou mortinho para ir. Por ser demitido ou o que for: quando acontecer, também vou para a Disney. Minha família já foi e fiquei trabalhando."

Endrick, o "fominha simpático". "Ele saiu com os braços abertos e chateado por ter falhado o lance [de gol perdido], é um 'fominha simpático', todo mundo gosta dele. Ele sabe que, por onde for, levará um pouco de cada um de nós."

Rony deu a bola para Estêvão bater pênalti. "Este foi um momento que reflete o espírito da equipe, que quer muito ganhar e fazer gols, mas que deixa o ego em casa e que vem para servir o Palmeiras. Foi um gesto bonito."

Estêvão celebra gol do Palmeiras sobre o Cuiabá em partida do Campeonato Brasileiro - César Greco/Palmeiras - César Greco/Palmeiras
Estêvão celebra gol do Palmeiras sobre o Cuiabá em partida do Campeonato Brasileiro
Imagem: César Greco/Palmeiras

Dois adversários? "Fizemos um jogo maduro e inteligente, na casa de um adversário que precisa ganhar e que fez uma troca de treinadores — e, seguramente, seus jogadores queriam mostrar ao novo técnico suas qualidades. Tivemos calma e paciência. Hoje, enfrentamos dois adversários: o Cuiabá e o calor, que não estamos acostumados a este tipo de temperatura. Era fundamental termos o controle através da posse, mas a posse com intenção de chegar bem à zona do gol do adversário. Fizemos isso e foi uma vitória justa."

Elenco será poupado? Vamos ter que analisar o adversário [Liverpool-URU], temos algumas nuances táticas para atacar e também para defender, mas vamos analisar o adversário. Já jogamos contra eles. Vamos recuperar os jogadores e preparar este jogo. Mentiria se dissesse que já pensei no adversário, porque me dedico contra o Cuiabá como qualquer outro adversário."

Cuiabá fechado. "Eu, se fosse treinador do Cuiabá, faria exatamente o mesmo que eles fizeram. É preciso perceber contra quem você está jogando. Uma coisa é você atacar no mesmo nível, a outra é entender que o seu adversário é melhor e vice-versa. A estratégia tem a ver com isso: o tipo de adversário. O Cuiabá tentou nos condicionar, só fizemos o gol no final do 1° tempo, e isso deu tranquilidade para nós. Todos os momentos do jogo são bons para fazer gol, mas os que gosto mais são no final do 1° ou do 2° tempo. Eles tinham que dificultar nossas forças, mas não conseguiram. Desejo as maiores felicidades, é uma região simpática e um clube simpático."

Ataque precisa evoluir? "Estamos a dois pontos do 1° lugar, não estamos tão mal. Para quem esteve a 14... Jogamos contra equipes difíceis: contra o Inter, que nos derrotou, com o Flamengo, São Paulo... queremos sempre fazer gols e fizemos dois hoje — e poderíamos ter feito mais um na jogada do Endrick. Aliás, é um prazer ser treinador do Endrick e do Luis Guilherme. Vou desfrutar e, quem sabe em um dia, ser treinador deles com todos juntos. É aprimorar. Uma equipe de futebol é como um carro de Fórmula 1: cada nova pista, novo setup, é preciso afinar o acelerador, os pneus... sei que não somos o melhor ataque, mas somos uma das melhores defesas. As contas só se fazem no fim. Parabéns a quem tem mais gols que nós, mas continuamos a trabalhar nos nossos processos."

Dudu e Bruno Rodrigues. "Vai ser difícil [espaço no time], mas é fazer o que sempre faço: olhar para o rendimento e o que é melhor para o time. São dois jogadores que nos ajudaram muito. O Bruno Rodrigues teve um problema no joelho menos grave do que o Dudu. Estamos aqui para ajudar. Às vezes começo a fazer contas e vejo que muitos dos meus jogadores gostam de jogar do lado direito: o Veiga, o Endrick, o Estêvão, o Luis... não posso colocar os quatro lá. Há lugares para todos. [Dudu e Bruno Rodrigues] Serão os nossos reforços e, acima de tudo, é esperar que eles se recuperem fisicamente de forma rápida para ter a confiança."

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