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"Em casa", Peru vira contra Bolívia e estraga festa de Marcelo Moreno

18/06/2019 20h37

Rio de Janeiro, 18 jun (EFE).- Com o apoio da maior parte das 26.346 pessoas que estiveram no Maracanã na noite desta terça-feira, o Peru venceu a Bolívia por 3 a 1, de virada, assumiu provisoriamente a liderança do grupo A da Copa América, o mesmo do Brasil, e frustrou a comemoração de aniversário do atacante Marcelo Moreno, que havia aberto o placar.

Nas arquibancadas, os muitos peruanos que viajaram ao Rio de Janeiro para assistir ao torneio, reforçados por brasileiros que, em sua maioria, apoiaram a 'Blanquirroja', riram por último. Moreno, ex-jogador de Vitória, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo e que hoje completou 32 anos, fez 1 a 0 em cobrança de pênalti, mas Guerrero, Farfán e Flores definiram o triunfo da equipe dirigida por Ricardo Gareca, que chegou a quatro pontos, um a mais que o Brasil, que mais tarde enfrentará a Venezuela em Salvador. A 'Vinotinto' tem um ponto, e 'La Verde' ainda não pontuou.

Embora Moreno tenha história no futebol brasileiro, o Peru teve mais representantes conhecidos pelo público local. O lateral Advíncula, vice-campeão da Copa Sul-Americana pela Ponte Preta em 2013, o lateral e volante Yotún, ex-Vasco, o meia Cueva, ex-São Paulo e hoje no Santos, e Guerrero, que defendeu Corinthians e Flamengo e hoje atua pelo Internacional, foram todos titulares.

Embora tenha estreado com derrota por 3 a 0, a Bolívia, campeã continental em 1963, repetiu a escalação da partida contra o Brasil, na última sexta, no Morumbi. Pelo Peru, que venceu o torneio em 1939 e 1975, Ricardo Gareca, ex-Palmeiras, fez apenas uma troca, sacando Gonzáles para a entrada de Polo.

A 'Blanquirroja' tomou a iniciativa, como era de se esperar, mas demorou a finalizar com perigo. Aos oito minutos do primeiro tempo, Advíncula arrancou pela direita, invadiu a área e caiu pedindo pênalti, mas nada foi marcado.

Referência e principal esperança de gols de 'La Verde', Marcelo Moreno puxou o ataque aos 17, abriu na esquerda para Marvin Bejarano e apareceu na área para concluir, mas o cruzamento veio atrás, e ele tentou de letra, mas não pegou em cheio, e a defesa afastou.

Na sequência, a bola parada foi protagonista junto com o VAR. Aos 19, Farfán sofreu falta na meia-lua, fez a cobrança e mandou perto da trave esquerda. Aos 23, Saucedo encheu o pé, e a bola bateu na mão de Zambrano. Havia sido assinalado impedimento do meia boliviano, mas, após quatro minutos de conversa com o VAR, o equatoriano Roddy Zambrano marcou pênalti. Marcelo Moreno cobrou com categoria e abriu o placar.

O gol tornou os bolivianos mais confiantes, mas o Peru continuava mais presente no campo do adversário e trocava passes em busca de um espaço na bem postada defesa adversária. Aos 35, Guerrero foi acionado na área, dominou e arrematou, mas foi travado por Haquín.

Jogador do Flamengo por três anos, Guerrero saiu do clube sem muitos holofotes, mas ainda tem muitos fãs no Rio. Seu nome foi disparadamente o mais gritado e festejado no momento do aquecimento e durante a divulgação das escalações, e o carinho foi ainda maior quando ele empatou a partida. Aos 44, Cueva, meia do Santos, fez lindo lançamento por baixo, o camisa 9 deu o drible da vaca - ou "gaúcha", em algumas cidades brasileiras - no goleiro Lampe e tocou para o gol vazio.

A seleção peruana voltou do intervalo com tudo, e a Bolívia resistiu apenas nove minutos até levar a virada. Guerrero recebeu na esquerda, levou para o pé direito e cruzou, a bola desviou de leve em Diego Bejarano e Farfán ganhou pelo alto para marcar de cabeça.

Foi o primeiro gol do experiente atacante em Copas Américas desde o feito em 9 de julho 2004, na vitória sobre a Venezuela por 3 a 1, e o 26º com a camisa da seleção, da qual agora é o segundo maior artilheiro de todos os tempos, ao lado de Teófilo Cubillas. Guerrero, com o que marcou hoje, lidera a lista com 36.

Em um primeiro momento, a virada esquentou o jogo, e o Peru teve grande oportunidade de fazer o terceiro aos 19, mas Lampe fez grande defesa em batida forte de Cueva. 'La Verde' respondeu aos 21, quando Castro tentou, Gallese deu rebote e Saavedra ficou com o gol aberto para igualar, mas mandou por cima.

Depois disso, porém, os peruanos esfriaram o duelo. Demoravam em todas as reposições e, sempre que podiam, ficavam caídos. Entre os 31 e 32 minutos, houve uma sequência de quatro defesa de Lampe, em três finalizações com força, de Polo, Tapia e Advíncula, e em uma belo cabeceio de Guerrero.

Quem deu números finais ao triunfo foi Flores, que havia entrado em lugar e Cueva e marcou um golaço. Aos 50 minutos, o camisa 20 foi acionado por Farfán no contra-ataque, cortou Jusino, deixou Lampe no chão e concluiu com um toque sutil por cobertura.

Ficha técnica:.

Bolívia: Lampe; Diego Bejarano, Haquín, Jusino e Marvin Bejarano; Justiniano, Saucedo (Fernández), Castro (Álvarez), Chumacero e Saavedra (Leonardo Vaca); Marcelo Moreno. Técnico: Eduardo Villegas.

Peru: Gallese; Advíncula, Zambrano (Araujo), Abram e Trauco; Tapia, Yotún, Cueva (Flores) e Polo; Farfán e Guerrero (Gonzáles). Técnico: Ricardo Gareca.

Árbitro: Roddy Zambrano (Equador), auxiliado pelos compatriotas Christian Lezcano e Byron Romero.

Cartões amarelos: Chumacero, Fernández e Haquín (Bolívia); Zambrano e Guerrero (Peru).

Gols: Marcelo Moreno (Bolívia); Guerrero, Farfán e Flores (Peru).

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. EFE

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