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Justiça nega agravo da Prefeitura e autoriza perícia na Arena da Baixada

José Edgar de Matos/UOL
Imagem: José Edgar de Matos/UOL
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Do UOL, em Santos (SP)

22/02/2019 19h10

No ano passado, a Prefeitura de Curitiba tentou impedir a realização de uma perícia contratada pelo Athletico Paranaense, a ser feita pela Fundação Getúlio Vargas, para averiguar se o custo total da obra da Arena da Baixada para a Copa 2014, apresentado pelo clube, realmente foi aplicado na construção do estádio, sem desvios ou superfaturamento. Mas não conseguiu. Nesta semana, a Justiça do Estado do Paraná negou o agravo de instrumento da Procuradoria do Município e, com isso, o clube rubro-negro dará sequência à produção de provas. A perícia, inclusive, começou a ser feita pela FGV em janeiro e já está prestes a terminar.

A disputa é mais um capítulo de uma briga entre a Prefeitura de Curitiba e o Athletico pelo pagamento do estádio. As duas partes e mais o Governo do Estado do Paraná assinaram um convênio "tripartite" em 2010, para garantir que Curitiba tivesse um estádio apto a receber os jogos do Mundial. Desta forma, a cidade também receberia o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Copa para implementos na cidade, com aportes acima dos R$ 500 milhões. Três das quatro obras prometidas para a Copa não ficaram prontas ainda, em levantamento apontado pela RPCTV no primeiro trimestre de 2018.

À época, as três partes apresentaram um valor de R$ 184,6 milhões para a reforma da Arena da Baixada, mas o custo final ficou em R$ 346 milhões. As três partes acordaram em dividirem os custos, mas o contrato deixa dúbia a interpretação sobre que custos são esses. A Prefeitura se recusa a dividir os valores acima dos R$ 184 milhões, o que levou o Athletico e a cidade a disputarem judicialmente o pagamento do terço restante. Já o Governo do Estado do Paraná, na gestão Beto Richa - que se encerra em 2018 - aceitou dividir o valor total.

Daí a necessidade do clube em produzir provas periciais que comprovem que o custo final foi necessário para o fim da obra. O Athletico alegou diversas dificuldades financeiras ao longo da construção, seja por novas exigências da Fifa, pelo encarecimento dos materiais ou mesmo pela lentidão nos repasses, o que fez com que os fornecedores encarecessem os custos. A disputa segue nos tribunais.

Após ser procurada pelo UOL Esporte, a Prefeitura justificou o pedido contra a perícia através de uma nota.

"O Município entende que cumpriu suas obrigações dentro do convênio firmado com o clube de futebol e o Governo do Estado na ampliação do Estádio Arena da Baixada, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Portanto, não se justificaria a produção antecipada de prova em ação impetrada pelo CAP/SA em novembro do ano passado.

A posição é a mesma do Ministério Público, que se manifestou em 19 de março deste ano [2018], informando que não foi apresentado nenhum projeto adicional detalhado ao acertado no convênio a ser aprovado pelos entes públicos."

Já o advogado do Athletico no caso, Luiz Fernando Pereira, contestou a intenção do Município: "A perícia da Fundação Getúlio Vargas é o caminho para o acordo. É um ponto final nas dúvidas sobre os custos da obra. É inexplicável a relutância Município. Agora, com esta decisão, o clube espera resolver o assunto de uma vez". 

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