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Líder de organizada é preso por envolvimento em morte e fabricação de bomba

Gleison Rafael dos Santos foi preso neste sábado, em Maceió - Cortesia
Gleison Rafael dos Santos foi preso neste sábado, em Maceió Imagem: Cortesia
do UOL

Bruno Fernandes

Colaboração para o UOL, em Maceió

04/05/2024 18h07

O ex-presidente da torcida organizada Comando Alvirrubro, do CRB-AL, foi preso hoje (4) em Maceió. Ele é apontado pela Polícia Civil de Alagoas como um dos responsáveis pela fabricação de mais de 50 bombas caseiras, que machucaram gravemente pessoas. Além disso, ele é envolvido na morte a pauladas de um torcedor do CSA, que era pai de um jogador da base do CRB.

O que aconteceu

Gleison Rafael dos Santos foi preso hoje pela polícia no bairro Gruta, em Maceió.

Ele estava foragido havia cinco meses. Ele foi um dos dirigentes que não foram encontrados durante Operação Red Blue, desencadeada em dezembro de 2023, em Maceió.

O número de dirigentes e ex-dirigentes de organizadas presos por envolvimento na produção de bombas, mortes e lesões chega a 16. Os explosivos caseiros causaram mutilações em duas pessoas em 2023, incluindo um catador de latinhas, que perdeu a mão, e um funcionário do Hospital Geral do Estado de Alagoas.

Após a captura, Gleison Rafael dos Santos foi encaminhado à sede da Dracco, no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, para procedimentos legais antes de ser transferido ao Sistema Prisional de Alagoas, onde aguardará decisão judicial.

A Operação Red Blue, realizada em 19 de dezembro, resultou naquele dia prisão de 12 membros das principais torcidas organizadas de Alagoas. As investigações, iniciadas há mais de um ano, focaram em atos de violência, incluindo explosão de bombas caseiras e agressões a torcedores de equipes como CSA e CRB.

Violência ocorria fora dos estádios

Segundo a Polícia Civil, as torcidas organizadas do CSA, Mancha Azul, e do CRB, Comando Alvirubro, se encontravam para assistir aos jogos no Estádio Rei Pelé. A violência ocorria fora do estádio com qualquer pessoa vestida com as cores dos times.

Ainda conforme as investigações, as bombas eram fabricadas nas sedes das torcidas organizadas, onde os envolvidos zombavam das vítimas, chegando a compartilhar fotos dos feridos nas redes sociais.

A operação também faz parte das investigações que levaram à prisão dos envolvidos na morte do torcedor Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como "Peu", torcedor do CSA e pai de um jogador da categoria de base do CRB.

O incidente ocorreu no dia 4 de maio de 2023, próximo ao estádio Rei Pelé, em Maceió, em um churrasquinho, onde Peu foi espancado por 12 homens da torcida rival. Socorrido às pressas para o Hospital Geral do Estado (HGE), Peu sucumbiu aos ferimentos três dias após o ataque. As investigações revelaram que o mesmo grupo envolvido na agressão a Peu havia atacado um motoqueiro horas antes, apenas por usar uma camisa do CSA.

Três meses após o evento, outro torcedor, desta vez do CRB, foi alvo de violência semelhante. Agredido com socos, chutes e um porrete com pregos, o indivíduo enfrenta hoje dificuldades motoras e de fala, um ano após o incidente.

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