Topo
Esporte

Americano que chamou Brasil de chiqueiro sai quebrado e humilhado do UFC

O nigeriano Kamaru Usman (à dir.) acerta soco no americano Colby Covington durante disputa de cinturão do UFC 245, em Las Vegas - Steve Marcus/Getty Images/AFP
O nigeriano Kamaru Usman (à dir.) acerta soco no americano Colby Covington durante disputa de cinturão do UFC 245, em Las Vegas Imagem: Steve Marcus/Getty Images/AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

15/12/2019 16h06

O americano Colby Covington encontrou na construção de uma personalidade odiosa e caricata uma forma de progredir na carreira de lutador de MMA. Para assumir a roupagem de principal vilão do UFC, ganhou manchetes dando declarações inaceitáveis - e algumas racistas. Mas sua ascensão foi interrompida ao encontrar no octógono do UFC 245, em Las Vegas, o nigeriano Kamaru Usman, na madrugada de hoje (15).

Covington teve a mandíbula quebrada e foi nocauteado no quinto assalto. Saiu para os vestiários correndo e humilhado, enquanto Usman era anunciado campeão e dedicava a vitória ao Brasil, país que Covington decidiu ofender gratuitamente.

Em 2017, ele estava a ponto de ser demitido do UFC quando enfrentou o paulista Demian Maia, no UFC São Paulo. Ao vencer por decisão unânime, o americano respondeu as vaias da torcida com a seguinte declaração: "Brasil, você é um chiqueiro. Todos vocês são animais imundos."

A partir daí, passou a dizer que adorava ser odiado e aumentou o leque de declarações fortes. Também começou a frequentar os eventos do UFC com roupas com as cores da bandeira americana, demonstrar apoio ao presidente Donald Trump e usar bonés com seu slogan de campanha: "Faça a América grande de novo".

Ele chegou a admitir que a construção desse personagem foi uma forma de se manter popular e - com um contrato - no UFC.

Em uma entrevista antes da luta com Usman, que nasceu na Nigéria e se mudou para os EUA aos oito anos coma família, Covington fez uma comparação racista: "A minha família já serviu na Guerra da Coreia, na Guerra no Vietnã... a minha família derramou sangue por essa bandeira. O que a família dele já fez pela América além de servir na penitenciária federal?"

Usman, que defendia o título dos meio-médios (até 77 kg), disse que estava ansioso para enfrentar Covington e mostrar a ele "a ira de todo o imigrante nesse país".

Em uma entrevista ao comentarista Joe Rogan, Usman desabafou sobre o rival: "Ele se acha, e fica dizendo 'Eu devia ser o campeão, você é um garoto fraco, você não pode comigo, garoto'. Essa é a atitude dele, 'Você não consegue, garoto'... Primeira coisa: quem é 'garoto'? Eu sou um adulto. Não fale comigo assim. Essa é atitude que ele tem. 'Eu deveria ser o campeão, eu sou americano.' Nós todos somos americanos aqui."

E continuou: "Essa luta é mais do que um cara falando merda. Essa luta significa muito pra mim. Quanto eu tiver a chance de por minhas mãos nesse cara, saiba que é ira de todo imigrante nesse país que eu vou colocar nele."

MAIS UFC LAS VEGAS
Amanda Nunes domina rival no chão e vence por pontos no UFC 245
Marlon Moraes bate José Aldo por decisão dividida; plateia vaia resultado

Após nocautear Covington, Usman dedicou sua vitória "ao Brasil e ao mundo inteiro."

Nas redes sociais, os brasileiros reagiram e muitos agradeceram a lembrança do nigeriano-americano.

Esporte