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Gabigol apoteótico é teste de ousadia para Tite com Flamengo que despenca

do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/05/2024 12h46

O que fazer quando se tem um cara tão amado pela torcida no banco de reservas? O dilema de Tite a partir do retorno de Gabigol no Flamengo passa por isso. Justamente em um momento em que a arquibancada clama — e o técnico reconhece — por melhora no desempenho ofensivo da equipe.

O que aconteceu

A volta de Gabigol em um momento de baixa do Fla e de lesões no setor ofensivo — como as de Arrascaeta e Everton Cebolinha — pode se tornar um ingrediente para mudança de rota tática.

Tite viu o sucesso do Fla no Carioca em um desenho mais definido de 4-3-3, com um ajuste defensivo que fez o time marcar, sem a bola, com duas linhas de quatro e liberdade para Arrascaeta e Pedro na frente.

Mas esse 4-3-3 e as variações dele travaram. O recorde dos últimos quatro jogos, pelo menos, mostra um Flamengo previsível. Embora faça a bola girar, não consegue criar em profusão. Não "amassa" o adversário. E daí vem a irritação da torcida.

Gabigol ressurge, graças ao efeito suspensivo, como alternativa a esse modelo.

Ele não tem o poder de articulação de Arrascaeta. Não é um motorzinho como De La Cruz. Mas pode trazer uma profundidade e combinações a um ataque que perdeu ímpeto.

O cenário de ver Gabigol brigando por espaço apenas e diretamente com Pedro parece passado. Não só pela boa fase do camisa 9 — em que pese o drama ofensivo atual. Mas pro estar em vigor um sistema de jogo debilitado.

Questões físicas, sintético, altitude e jogo às 11h não são elementos suficientes para que o torcedor amenize as críticas a Tite. O jogo contra o Amazonas foi às 21h30, em casa.

E o treinador, ao colocar Gabigol tão cedo (segundo ele) contra o time amazonense, admitiu que o ambiente de ansiedade por ver o camisa 10 em ação o contagiou.

Eu errei de tê-lo colocado num tempo tão grande no jogo. Porque estava um longo tempo fora, e eu o expus. Mas a necessidade do jogo faz. Era um tempo menor que ele tinha para o jogo, e eu quis usar um tempo maior por essa mobilização. Tite

Mas qual será a duração desse contágio?

O jogo contra o Red Bull Bragantino, sábado, pode dar um indicativo. Nada de Arrascaeta, Cebolinha e Pulgar novamente.

De La Cruz acumula jogos em sequência e reclamou de dores na panturrilha contra o Amazonas.

Por outro lado, Gabigol não recuperou ritmo de jogo ainda. Só que o time precisa de resposta.

Tite estava empolgado com o esquema com os pontas e um articulador atrás do centroavente. Mas a máquina parou de girar de forma adequada.

A hora é de retomar o equilíbrio, como diz o dicionário do treinador. Talvez possa ser com a volta de quem já resolveu tantos jogos e trouxe tantos títulos no passado.

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