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Criador do Justiceiro condena policiais que usam personagem como símbolo

Justiceiro aparece com o uniforme em nova foto divulgada pela Netflix - Jessica Miglio/Netflix/Divulgação
Justiceiro aparece com o uniforme em nova foto divulgada pela Netflix Imagem: Jessica Miglio/Netflix/Divulgação
do UOL

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

10/01/2019 09h44

Para o quadrinista Gerry Conway, que ajudou a criar o anti-herói Justiceiro em 1974, é "perturbador" ver membros da polícia e do exército usando o seu personagem como símbolo. O roteirista desencorajou estes profissionais a estamparem a famosa caveira do Justiceiro em suas roupas ou veículos.

Falando ao site SYFY Wire em antecipação à estreia da segunda temporada da série inspirada no personagem, no dia 18 de janeiro, Conway explicou que, no seu ponto de vista, Frank Castle é um criminoso.

"Eu já falei sobre isso em outras entrevistas", comentou. "Para mim, é sempre perturbador ver figuras de autoridade abraçando a iconografia do Justiceiro, porque ele representa uma falha do sistema de justiça. Ele deveria ser uma denúncia do colapso da autoridade moral, e da realidade que algumas pessoas não podem confiar em instituições como a polícia e o exército para agir de forma justa e capaz".

O símbolo do Justiceiro - Reprodução - Reprodução
O símbolo do Justiceiro
Imagem: Reprodução

"O anti-herói vigilante é fundamentalmente uma crítica ao sistema de justiça, um exemplo de derrocada social. Então, quando os policiais colocam a caveira do Justiceiro em seus carros, ou membros do exército usam estampas com a caveira do Justiceiro, eles estão se alinhando com um inimigo do sistema [que eles mesmos representam]", continuou.

"Eles estão abraçando a mentalidade de um fora-da-lei. Se você pensa que as ações do Justiceiro são justificadas ou não, se você admira o seu código de ética ou não: ele é um criminoso. A polícia não deveria estar abraçando um criminoso como o seu símbolo", disse ainda.

"Meu ponto de vista é este: o Justiceiro é um anti-herói, alguém por quem você pode até torcer, mas precisa se lembrar que ele é um criminoso. Se um oficial da lei, representando o sistema de justiça, coloca o símbolo de um criminoso em seu carro de polícia, ou se a instituição cria moedas comemorativas honrando um criminoso, eles estão deixando muito claro a forma como entendem a lei", completou.

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