Acerte ou Caia foi hora certa de voltar à TV, diz Tom: 'Consegui inovar'

Tom Cavalcante, 62, acertou a volta à TV aberta em 2024 após quase dez anos só com projetos em canais pagos. O humorista assumiu a apresentação do Acerte ou Caia após recusar diversos convites e diz que o projeto da Record lhe permite um retorno com possibilidade de inovar e não fazer o clássico "mais do mesmo".
O projeto que me pegou. Quando fui ver o Acerte ou Caia no Chile e vi o apresentador descontraído, eu perguntei: 'esse cara é ator?' e disseram: 'é um ator e comediante'. Eu vi que tinha condições de fazer um trabalho em cima e dar uma amplitude maior. Fiquei muito encantado quando vi a pegada do apresentador, porque estava na minha praia, e foi o momento certo para voltar à TV. Eu estava fora há um tempão e sempre recebendo convites, mas não tinha ainda uma coisa que me chamasse a atenção para que eu pudesse inovar.
Tom Cavalcante, em entrevista exclusiva para Splash
O Acerta ou Caia é inspirado no formato argentino Still Standing e teve uma versão brasileira chamado Quem Fica em Pé?, na Band, em 2012. A diferença é que a atração da Record caiu no gosto popular por trazer música, humor e celebridades, e o retorno de audiência nas tardes de domingo já garantiu a terceira temporada em 2025.
O diretor argentino me falou: 'quero sua assinatura no programa, com o seu jeito brincalhão' e acho que foi nesse momento que a gente virou a chave. Estamos conseguindo uma audiência maravilhosa e consegui inovar. Juntamos uma variedade de situações que tem cativado o público. Tem tensão do jogo, diversão, músicas que vêm dentro da parada, todo mundo dançando... e são celebridades que vêm pra dentro do jogo. O povão já reclama porque quer participar também.
Carinho do público com o Acerte ou Caia tem deixado Tom cada vez mais com o sentimento de dever cumprido. "Está dando tudo certo e só agradeço ao público que colocou o programa nos braços. Vemos muito São Paulo, mas quando puxamos a audiência nacional, a gente tem tido resultados maravilhosos em Recife, Salvador, Fortaleza, Manaus, Belém e Goiânia. Quem faz televisão há muito tempo fica impressionado como é que num momento desse, onde você tem várias opções na internet, a TV ainda se mantém viva. Quando tem um bom produto, a televisão responde."
"Sempre com o pé no chão"
Com carreira consolidada no humor e na TV desde 1989, Tom Cavalcante se vê vivendo um momento de paz e alegria após anos de batalha para fazer o Brasil reconhecer o seu talento. "Tem uma máxima que fala: 'Deus me deu bem mais do que eu imaginei' e é isso. Vivo um momento, graças a Deus, de paz, tanto espiritual como mental, ao lado da família, dos amigos. Também posso auxiliar aqueles que estão no meu entorno e acho que é um lugar muito agradável de estar, sendo presenteado por Deus nesse momento."
Artista recorda que quando deu seus primeiros passos na comédia, aos 14 anos, não cogitava se tornar uma referência no humor. "Não imaginava viver o que vivo. Não existia uma relação dos dias de hoje, da comunicação. Morava no Ceará, era um menino que jogava bola, que gostava de brincar, de ser divertido e, com o passar do tempo, consegui entrar no rádio FM e descobri que eu tinha outras vozes. As coisas foram acontecendo de uma forma muito orgânica, mas sem nenhuma perspectiva de que eu pudesse chegar onde cheguei hoje. Sempre estou com o pé no chão, observando esse passado que ficou, está muito recente na minha cabeça, e eu comemoro isso."
Tom revela que agora, em 2025, tem tido a chance de sentar para rever seus trabalhos marcantes na história da TV. "A Escolinha e Sai de Baixo quase que eu não me via, porque estava atuando e fazendo shows pelo Brasil. Eu agora que estou curtindo, por exemplo, os vídeos do Sai de Baixo. Eu rio porque digo: 'não acredito que eu fiz isso aí'. Tem Miguel Falabella perguntando se eu tinha não sei o quê, eu digo tenho, aí bati na bunda e bati na boca. É uma loucura".
Hoje, estou assistindo o Acerte ou Caia com um olhar mais técnico, mais de performance, de apresentação e de desenvoltura, para ver porque está dando essa audiência maravilhosa que está dando agora com 16 programas só no ar.
Apresentador confessa que ainda convive com o famoso "frio na barriga" em todo trabalho. "Tenho ainda, sim, o nervosismo. É o bom nervosismo que é da atenção, de estar ligado, de fazer o melhor e emanar sentimentos de que posso me superar. O nervosismo está sempre presente para entregar o melhor".
Show do Tom daria certo nos dias de hoje?
Tom Cavalvante voltou à Record após 12 anos do sucesso do humorístico Show do Tom. A atração caiu nas graças do público graças a games divertidos, entrevistas picantes, sátiras de programas como O Aprendiz e revelou grandes nomes para o humor brasileiro.
Nome do programa foi cogitado como possibilidade de retornar na grade da Record em 2025, e Tom afirma não ter problema para recolocar o projeto no ar. "Acho que precisamos conversar. Eu tenho a fórmula de chegar hoje e entrar dentro desse espaço, fazendo humor onde eu possa trazer vários seres do mundo para qualificar a minha audiência. A gente faz humor por humor."
Quando o humor é feito assim, de uma forma alegre, divertida, sem comprometimento com a crítica, com leveza, é o caminho do sucesso. Como faço no meu canal, por exemplo, eu trabalho com a parte política sem melindrar ninguém. O que eu faço é as pessoas rirem das situações e acho que esse é um caminho.
"Estou na pista"
Tom Cavalcante abre 2025 empolgado com seus projetos na TV aberta e fechada, além da produção de seu livro autobiografico. "Estou aí, estou na pista, estou sonhando sempre, escrevendo, fazendo as minhas anotações para oportunamente lançar meu livro. Penso já no próximo filme, a gente fez "Os Parças", fez "LOL: Se Rir, Já Era!", fez "Doutora Darcy", no Multishow, e tem agora o Acerte o Caia. 2025 vem muito forte".
Realizado na vida pessoal e profissional, ele diz que a meta é seguir trabalhando com o que ama. "Vivemos em um mundo, hoje, de muito estresse. As pessoas estão muito ávidas a conseguirem seus objetivos. Temos desenhado na tela do celular sonhos inalcançáveis e, isso, faz com que o conjunto da obra deixe as pessoas estressadas mais e mais".
Então, no instante que eu estou bem profissionalmente e com a minha família com saúde, eu acho que zerei a vida. Temos que lutar agora para poder dizer: 'muito obrigado, meu Deus, pela minha saúde. Muito obrigado por eu estar bem com as pessoas que amo'. Acho que é por aí para ser feliz.