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Poetisa ocupa assento deixado por Katarina Frostenson na Academia Sueca

12/02/2019 10h31

Copenhague, 12 fev (EFE).- A Academia Sueca anunciou nesta terça-feira o ingresso da poetisa Tua Forsström na instituição que outorga a cada ano o Nobel de Literatura e que atravessa a pior crise de sua história por um escândalo sexual e vazamentos.

Forsström ocupará o assento número 18, que foi deixado no mês passado por Katarina Frostenson, poetisa que chegou a um acordo com a Academia, que lhe dará uma atribução econômica mensal em troca de sua renúncia voluntária.

Um relatório encarregado pela instituição concluiu que a expulsão de Frostenson foi justificada por ter vulnerado os estatutos ao vazar ao seu marido, o artista francês Jean-Claude Arnault, os ganhadores do Nobel e diversas nomeações.

Seis acadêmicos deixaram a instituição desde abril, enquanto dois retornaram à atividade e foram admitidos outros cinco, por isso que agora 16 dos 18 assentos estão ocupados.

Fica por resolver a situação da ex-secretária Sara Danius, que ainda não informou se retornará à Academia.

O ingresso de Forsström - que pertence à minoria sueca da Finlândia - não será formalizado até a próxima Assembleia Anual, que será realizada em 20 de dezembro.

A origem do caso são as denúncias por abuso sexual feitas em novembro de 2017 no "Dagens Nyheter", o principal jornal sueco, por 18 mulheres contra uma "personalidade cultural" muito próxima à Academia, depois identificada como Jean-Claude Arnault.

A instituição encarregou uma auditoria, que concluiu que houve vazamentos e o apoio econômico recebido da Academia pelo seu clube literário descumpria as regras de imparcialidade, já que a esposa de Arnault era coproprietária e membro da instituição.

O desacordo sobre as medidas a tomar e sobre a situação de Frostenson desencadeou uma onda de renúncias e o adiamento pela primeira vez em sete décadas da entrega do Nobel de Literatura.

A Academia Sueca, imersa em processo de reformas instigado pela Fundação Nobel, deve comunicar nas próximas semanas o que ocorrerá com o prêmio deste ano.

Arnault foi condenado em dezembro pelo Tribunal de Apelação de Estocolmo a dois anos e meio de prisão por dois casos de abuso sexual a mulher em outubro de 2011, embora tenha recorrido da sentença. EFE

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