Fãs invadem perfil de rival russo de Fonseca: 'Cachaça é melhor que vodka'

Torcedores brasileiros lotaram as publicações de Andrey Rublev com os mais variados comentários antes da partida do tenista russo contra João Fonseca, pela primeira rodada do Australian Open.
O que aconteceu
Fãs se empolgaram com o momento de Fonseca e invadiram o perfil do adversário da nova sensação do tênis. O carioca de 18 anos vive fase iluminada e ostenta uma invencibilidade de 13 jogos, embalado pelos títulos do Next Gen e do Challenger de Camberra. Estreante, ele foi dominante no classificatório do Australian Open e conquistou sua primeira vaga na chave principal de um Grand Slam.
Número 9 do mundo, Rublev se deparou com uma onda de comentários como: "Cachaça é melhor que vodka" —fazendo alusão às bebidas tradicionais de Brasil e Rússia, respectivamente. O movimento começou após o sorteio definir o confronto, e internautas brasileiros não economizaram nas mensagens tentando intimidar o russo. "Fonseca vai te pegar", escreveram vários.
Cachaça is better than vodka.
Brasileiros no perfil de Rublev
Alguns torcedores, no entanto, passaram do ponto. Rublev também foi alvo de ataques e de deboches, o que inspirou outros brasileiros a saírem em defesa do tenista de 27 anos. "Se prepare para quebrar três raquetes no mínimo", escreveu um internauta, mencionando as explosões de raiva que o atleta demonstrou ao longo do último ano. Posteriormente, o russo revelou que estava enfrentando depressão.
Quem é o adversário de Fonseca
Rublev é o atual número 9 do mundo. Natural de Moscou, ele chegou a ser o quinto do ranking em setembro de 2021, sua melhor posição na carreira. Já disputou uma partida em 2025 e foi derrotado pelo húngaro Fabian Marozsan (#57) no ATP 250 de Hong Kong.
O russo está em sua 12ª temporada como profissional. O tenista de 1,88m se profissionalizou em 2014 e conta com um retrospecto positivo: 335 vitórias e 185 derrotas até então.
Rublev oscilou no ano passado e demonstrou comportamento explosivo em quadra. Ele chegou a ter ataques de raiva durante partidas, como quando deu sete raquetadas na própria perna e ficou sangrando após perder um ponto. O russo também "estourou" uma raquete no joelho após ser eliminado em Wimbledon.
Apparemment, Rublev n'a pas réussi à gérer sainement la course au Masters!
-- Benoit Maylin (@BenoitMaylin) October 29, 2024
Demandez à son genou.
Le Russe, qui a mené 5/2 au 1er set, puis 4/2 au 2e, s'incline 7/6 7/6 c. Cerundolo.
Si De Minaur arrive en 1/4, l'Australien lui prend la 8e place. pic.twitter.com/6P62s3TXPz
O top 10 do ranking explicou posteriormente que estava enfrentando depressão há anos. O russo afirmou que ficou mentalmente "fora de ordem" em 2024 e que as explosões ocorriam quando ele não conseguiu "aguentar mais". O tenista relatou que buscou ajuda psicológica para se reerguer.
O atleta da Rússia vem de família de esportistas. Seu pai é um ex-boxeador, enquanto a mãe é treinadora de tênis, assim como a irmã.
Ele soma 16 títulos na carreira e foi considerado o jogador que mais evoluiu em 2020, mas ainda não conquistou um Grand Slam. Em 2024, levou o Masters 1000 de Madri e o Hong Kong Tennis Open. No Australian Open, ele nunca passou das quartas.
Rublev era a maior pedreira no caminho dos qualifiers. O sorteio da chave definiu que o russo seria o melhor ranqueado que poderia enfrentar um dos que avançaram do classificatório na Austrália. No fim, seu adversário acabou sendo o fenômeno brasileiro, atual 113º do mundo.
A partida ainda não tem data nem horário confirmados. A disputa da chave principal do Australian Open começa no sábado (11).
O que Rublev disse sobre as explosões em quadra
Mentalmente, eu estava fora de ordem. Eu não sei como dizer isso. Foi tudo. E comecei a explodir porque estava lutando há muitos anos contra a depressão, com muitas coisas fora da quadra.
Rublev, ao Daily Express
Acho que 2024 foi quando eu não aguentei mais e tudo começou a explodir. Começou a explodir cada vez mais na quadra porque na vida eu conseguia manter a calma, mas dentro da quadra eu estava queimando tudo. No final, sim, eu estava lutando. Agora, nos últimos meses, me sinto muito bem e, imediatamente, o tênis é melhor.