Muita posse, pouca criatividade: o fraco desempenho do São Paulo contra a Ponte
Noventa minutos de jogo, 62,4% de posse de bola e nenhuma finalização em gol. Contra a Ponte Preta, neste sábado, o São Paulo mais uma vez esbarrou na pouca criatividade do time no setor ofensivo, e acabou penalizado com um gol aos 33 minutos do segundo tempo, exatamente numa das armas mais exploradas pela equipe: o jogo aéreo.
Mostrando muita dificuldade para fazer triangulações e infiltrar, o Tricolor é o segundo time que mais cruza bolas para a área, com 180 tentativas, segundo o Footstats. O aproveitamento da equipe, no entanto, é de 25%, apenas a 5ª maior. Contra a Macaca, foram 29 bolas alçadas e quatro acertos, dois deles levando perigo, com Bruno Alves e Arboleda, ambos no fim do 1º tempo. Nenê, principal homem da criação, foi quem mais tentou (10) e o que mais errou (9). A Ponte, por sua vez, precisou cruzar 22 vezes para fazer o gol da vitória.
Mesmo atuando com Hernanes mais recuado, como segundo volante, o São Paulo não conseguiu produzir jogadas pelo meio e nem chegar em vantagem pelos lados. Apesar do bom início de Antony em sua primeira partida como titular, caindo pela direita, junto com Araruna, faltava aproximação de Nenê e do Profeta para conseguirem chegar ao fundo com qualidade. Sem espaço, o time girava o jogo mas batia na parede montada pela equipe de Campinas, que conseguiu realizar 32 desarmes e três interceptações na partida. Destaque para o volante Nathan, responsável por seis recuperações de posse - cinco desarmes e uma antecipação.
Sem achar brechas pelo meio e pela direita no 1º tempo - do quinteto ofensivo, Antony foi o mais acionado nos primeiros 45 minutos, acetando 19 passes - a equipe de Jardine mudou a estratégia e passou a utilizar mais as subidas de Reinaldo e Éverton pela esquerda. O lateral, inclusive, terminou a partida como o maior passador, acertando 56 toques, sendo 16 deles para o meia. A dupla, porém, foi a que mais errou passes no jogo - oito de Reinaldo e sete de Éverton. Com isso, Antony passou a ter atuação mais discreta, e o time ficou mais previsível sem os dribles e os cruzamentos diagonais do jovem.
A entrada de Igor Vinícius fez com que Antony centralizasse um pouco mais, se aproximando de Nenê, mas sem grande efeito. Araruna, deslocado para o meio, entrou um pouco mais no jogo, acelerando a transição e tentando se aproximar dos homens de frente, sem sucesso. Previsível, mesmo com as mudanças, o São Paulo perdeu para as próprias limitações.
NÚMEROS DO SÃO PAULO CONTRA A PONTE PRETA
- Dados do Footstats
0 gols
3 assistências para finalização
0 finalizações em gol
6 finalizações erradas
425 passes certos
44 passes errados
25 desarmes certos
3 desarmes errados
4 cruzamentos certos
25 cruzamentos errados
10 lançamentos certos
16 lançamentos errados