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Ela espreme espinhas para 7,5 milhões de fãs - e o YouTube cortou sua grana

Dra. Sandra Lee: estimativas indicam que ela poderia ter ganho até US$ 25 milhões - Luz Gallardo/ Divulgação
Dra. Sandra Lee: estimativas indicam que ela poderia ter ganho até US$ 25 milhões Imagem: Luz Gallardo/ Divulgação
do UOL

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

08/08/2022 11h41Atualizada em 08/08/2022 11h41

A dermatologista e Youtuber norte-americana Sandra Lee, também conhecida como "A Rainha dos Cravos", afirma que perdeu uma fonte de renda acima de US$ 100 mil por mês após a plataforma considerar seu conteúdo inapropriado.

Segundo ela, o material foi classificado como "too graphic", expressão em inglês que, ao pé da letra, significa "gráfico demais", mas também pode ser entendida como "explícito demais" ou "nojento demais".

Conhecida nos EUA como Dra. Pimple Popper ("Doutora Espreme-Espinha"), Sandra contou ao portal Business Insider que, apesar de ter 7,5 milhões de inscritos e quase 5 bilhões de visualizações no canal, ainda luta para obter receitas significativas com publicidade.

A médica afirma que, entre os anos de 2014 e 2016, suas visualizações garantiam mais de US$ 100 mil (R$ 510 mil) por mês. Mas desde então ela foi informada pela plataforma que seu conteúdo não era lucrativo, porque não atendia às diretrizes dos anunciantes.

Receita do YouTube

Um gráfico ao qual o Business Insider teve acesso detalha um declínio acentuado na receita do canal da Dra. Pimple Popper após sua desmonetização, há seis anos.

Youtubers como Sandra ganham dinheiro com publicidade em seus vídeos, assinaturas e uma parte da receita de assinantes premium. O grande número de seguidores fez com que seus vídeos atingissem bilhões de visualizações, gerando um grande fluxo de receita para a profissional.

Segundo as estimativas do Influencer Marketing Hub, mil visualizações geram entre US$ 3 e US$ 5. A dermatologista poderia ter ganho entre US$ 15 milhões e US$ 25 milhões com a atenção ao seu canal.

No entanto, o YouTube desestimula usuários a postar "conteúdo explícito ou violento" e avisa que ele será removido. Essa norma inclui "fotos ou imagens mostrando fluidos corporais, como sangue ou vômito, com a intenção de chocar ou enojar os espectadores".

Isso é normalmente feito para direcionar conteúdo nocivo e desestimular a violência ou o trauma. Mas, para Sandra, seus vídeos foram enquadrados erroneamente nessa categoria. Ela argumenta que seu material é feito com intuito educativo.

"Estou muito orgulhosa do fato de que as crianças sabem o que é um lipoma ou sabem que você não pode simplesmente espremer um cisto. Você precisa remover o saco completamente para removê-lo. Estamos ensinando as pessoas sobre psoríase ou hidradenite. Mas se você não estiver motivado para divulgar esse conteúdo, como as pessoas vão aprender?", afirma.

Combate à desinformação médica

A dermatologista afirma ainda que seus conteúdos estão ajudando a combater a desinformação médica, já que ela é especialista e repassa informações concretas e baseadas em sua formação acadêmica e profissional.

"Eles mudaram as regras de repente. Eles [plataformas de mídia social] crescem por causa de todos esses novos canais, mas esperam até ficarem grandes o suficiente para poderem reprimir e fazer restrições", denuncia a médica.

Desde então, Sandra criou uma seção apenas para assinantes, onde os seguidores têm acesso a conteúdos exclusivos, enquanto ela também recebe renda de sua clínica, de um programa no canal a cabo TLC e de sua marca de produtos para cuidados com a pele.

Além das restrições impostas pelo YouTube, ela relata que também vem observando que o TikTok também está começando a reprimir seus conteúdos. Lá, ela tem mais de 15 milhões de seguidores.

"Há uma linha tênue entre o que é perigoso, o que é chocante e o que é educativo", disse Lee.

O site Insider afirma que procurou o YouTube para comentar as afirmações de Lee, porém não teve resposta.

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