Harry e Meghan iniciam vida no Canadá; conheça as regras para imigrar
O príncipe Harry chegou ao Canadá hoje para começar uma nova fase de sua vida, longe dos deveres reais. Ali ele se reuniu com sua mulher, Meghan, e o filho deles, Archie, de oito meses.
Assim como Harry, milhares de estrangeiros desembarcam todos os anos no Canadá em busca de um novo começo — entre eles, muitos brasileiros. Pesa na decisão uma série de fatores, como qualidade de vida, segurança, saúde e educação gratuitas.
Isso sem falar numa política tradicionalmente favorável a imigrantes. Neste ano, por exemplo, o Canadá quer atrair cerca de 340 mil novos moradores.
O cenário contrasta com o de outros países, que vêm fechando as portas a estrangeiros, como Estados Unidos e Reino Unido.
O processo para fixar moradia por lá não é fácil, mas apresenta algumas vantagens em relação ao de outras nações.][
Diferentemente de outros países, o Canadá não exige que o pedido de residência permanente seja atrelado a uma oferta de trabalho.
Harry e Meghan não têm visto de residência ou nacionalidade do Canadá — Meghan viveu lá quando foi protagonista da série Suits, mas nasceu nos EUA.
Ainda que a rainha Elizabeth 2ª exerça a função de chefe de Estado (o Canadá é uma monarquia constitucional), membros da família real britânica não têm cidadania automática do país.
Ou seja, se o casal quiser realmente morar no Canadá, terá de solicitar um visto de residência permanente, como exige a lei — Harry, como britânico, e Meghan, como americana, podem passar até seis meses no país como turistas. Brasileiros precisam de visto de turista para entrar no Canadá e também podem permanecer no país nessa condição por seis meses.
Segundo dados do governo canadense, a comunidade brasileira no país é estimada em 30 mil pessoas — e vem crescendo.
Em 2018 (últimos números disponíveis), o Canadá concedeu 3.950 vistos permanentes a brasileiros, um aumento de 88% ante 2017, de acordo com o Consulado-Geral do Canadá no Brasil.
Como imigrar
Estudo ou trabalho?
Para quem quer se mudar para o Canadá, uma das opções é estudar no país. Para isso, é preciso um visto de estudante.
O Canadá é considerado um dos principais destinos no mundo para estudantes internacionais, oferecendo boas universidades, anuidades mais acessíveis e uma política de boas vindas a recém-chegados. A vantagem é que o país facilita a solicitação de residência permanente para estudantes internacionais após o término do estudo.
Outra alternativa, mais comum, é imigrar para trabalhar. Para quem não tem visto de trabalho, a partir de uma oferta de um empregador, precisa de um visto de residência permanente. O Canadá possui mais de 60 programas imigratórios para trabalhadores.
Diferentemente do Brasil, as Províncias (Estados) canadenses têm autonomia para determinar suas próprias regras de imigração. Já o governo federal estabelece alguns critérios como oferta de trabalho ou profissão por localidade, proficiência no idioma (inglês ou francês), faixa etária, experiência de trabalho e comprovação financeira.
Esses programas estão divididos em categorias
Express Entry: alternativa mais comum e mais rápida para profissionais qualificados emigrar para o Canadá. O objetivo desse programa é atrair estrangeiros para ocupar vagas específicas e que exigem mão de obra qualificada no mercado canadense.
Em 2018, as profissões mais requisitadas foram, nessa ordem: engenheiros e designers de software, consultores e analistas de sistemas de informação, desenvolvedores de mídia interativa e programadores de computador, contadores e auditores financeiros, assistentes administrativos e profissionais de publicidade, marketing e relações públicas.
Alguns dos pré-requisitos são fluência no idioma (inglês ou francês, dependendo da Província), pelo menos 1 ano de trabalho contínuo e recursos mínimos de 12.960 dólares canadenses (R$ 42 mil) para uma candidatura individual (o valor varia dependendo do número de membros da família).
A resposta costuma ser mais rápida que em outros programas — o prazo gira em torno de seis meses.
Faça aqui o teste para saber se você seria aceito como imigrante no Canadá por esse programa.
Start-up Visa Program: designado a quem queira abrir um negócio no Canadá, gerando novos empregos no país ou entrando em sociedade em negócios já existentes.
Quebec-Selected Skilled Workers: exclusivo para a Província de Quebec, destina-se a trabalhadores altamente qualificados.
Self-Employed Program: voltado para trabalhadores autônomos com experiência comprovada, como atletas e artistas.
Family Sponsorship: destina-se a quem possua família residente ou com cidadania canadense mediante comprovação de renda.
Provincial Nominee: específico para cada Província, dependendo das necessidades de cada uma. É preciso consultar o site de cada uma delas em busca das oportunidades.
Atlantic Immigration Pilot: destina-se a trabalhadores ou estudantes que já tenham alguma relação com as Províncias Atlânticas do Canadá e que possuam uma oferta de emprego em uma dessas localidades.
Rural and Northern Immigration: voltado para trabalhadores qualificados que querem se mudar para as regiões mais ao norte do Canadá ou cidades menores, com o intuito de promover seu crescimento econômico. Um dos pré-requisitos é obter uma carta de recomendação da comunidade para a qual se pretende imigrar.
Agri-Food Immigration Pilot: designa-se a preencher as vagas do agronegócio canadense, particularmente no processamento de carne e produção de cogumelos. Detalhes desse programa serão divulgados a partir de março de 2020.
Caregivers: destina-se a pessoas que trabalham como cuidadoras, sendo de idosos, crianças ou pessoas com necessidades especiais.
Refugees and Asylum: exclusivo para quem está fugindo de seu país de forma forçada, por causa de guerra e/ou perseguição.
Especialistas em imigração advertem que há uma crescente quantidade de informações falsas circulando nas redes sociais sobre imigração para o Canadá e muitos se aproveitam da falta de conhecimento dos aspirantes a imigrantes para ganhar dinheiro.
As informações completas sobre como emigrar para o Canadá podem ser acessadas no site do governo canadense.
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