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Maria Bonita, Rita Lee e BDSM: 5 livros escritos por mulheres para você ler

Cinco livros com narrativas escritas por mulheres que você precisa ler - Divulgação
Cinco livros com narrativas escritas por mulheres que você precisa ler Imagem: Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

18/01/2025 05h30

Narrativas criadas por mulheres para retratar as múltiplas realidades do Brasil. Em cinco obras selecionadas por repórteres do UOL, autoras brasileiras exploram temas que vão da solidão e sexualidade às complexidades históricas e sociais do país.

"O Mito do Mito", de Rita Lee (Editora Globo)

Fernanda Talarico Rita Lee começou a escrever este livro em 2005, mas deixou de lado até 2019, quando finalizou a narrativa. Rita, a própria protagonista, decidiu lançar a obra, sob uma condição: que ele chegasse postumamente.

Ao ler "O Mito do Mito" você entende o motivo: há várias coincidências com a realidade que despertam a curiosidade do leitor, mas nada pode ser feito, a não ser chegar às conclusões sozinho. Esta é mais uma obra genial da cantora-autora. Um presente aos fãs.

"Nem Sinal de Asas", de Marcela Dantés (Editora Patuá)

Camila Corsini Uma mulher, no auge de seus 40 e poucos anos, morre em casa. Cinco anos são necessários para os vizinhos descobrirem seu corpo no apartamento, depois que a conta bancária dela zerou e os credores a procuraram. Anja não tinha ninguém, e ninguém sentiu sua falta.

Você já começa o livro sabendo o final, mas isso não é problema para Marcela Dantés, escritora mineira que foi finalista do Prêmio Jabuti 2021 com esta obra. Ao longo de 232 páginas, Dantés nos mostra que nada é para sempre. E que a solidão pode ser nossa maior companhia.

"Vermelho", de Paula Febbe (DarkSide)

Fernanda Talarico Novo livro de Paula Febbe explora os limites da sexualidade e do consentimento. Por meio de quatro narrativas diferentes, mas interligadas, a autora nos leva às mais diferentes vivências do BDSM.

A escrita é moderna e transgressora, de maneira que nos coloca a todo o tempo dentro do que está sendo contado. "Vermelho" leva o leitor a pensar sobre os próprios desejos e faz enxergar além do convencional.

"Ciranda de Pedra", de Lygia Fagundes Telles (Companhia das Letras)

Luiza Vidal Quando li "Ciranda de Pedra", de Lygia Fagundes Telles, fiquei espantada pela ousadia em escrever algo tão ousado para época em que o livro foi lançado, em 1954. Na história, Virgínia é uma menina solitária que se sente deslocada em sua própria família. Na primeira parte, a trama é mais focada na infância e adolescência da personagem, ainda muito inocente.

A cereja do bolo vem na segunda metade do livro, com um certo tom de vingança por parte dela. Confesso que fiquei encantada pela escrita e totalmente envolvida com a narrativa —e eu não estou sozinha nessa. O livro fez tanto sucesso que rendeu duas novelas da TV Globo, uma em 1981 e a outra em 2008. Ler Lygia Fagundes Telles é sempre um prazer.

"Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço", de Adriana Negreiros (Objetiva)

Talyta Vespa "Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço", de Adriana Negreiros, é uma obra fundamental para quem busca compreender a complexidade da figura de Maria Bonita e do cangaço na totalidade. A autora resgata a história real dessa mulher transgressora, desvendando os mitos e as verdades sobre sua vida.

Ao romper com a visão romantizada e heroica, Negreiros apresenta uma Maria Bonita humana, com suas contradições e desafios, e nos convida a refletir sobre o papel da mulher no contexto histórico do Brasil. A obra é essencial para quem se interessa por história, gênero e cultura popular, oferecendo uma nova perspectiva sobre um dos personagens mais emblemáticos do nosso país.

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