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Por que usamos branco no ano novo? Tudo começou com festa em SP dos anos 50

Superstição diz que branco atrai paz e boas energias para o ano que vai começar - iStock Images
Superstição diz que branco atrai paz e boas energias para o ano que vai começar Imagem: iStock Images
do UOL

De Universa*

30/12/2023 04h00

Um vestido branco, de preferência novo. Com rendas, bem praiano, ou cheio de paetês. Este é o figurino padrão da maior parte dos brasileiros para encarar a chegada do Ano Novo. O hábito de usar branco na virada do ano é tão comum no Brasil que esquecemos que este não é um costume na maioria dos outros países. E tudo por conta de uma festinha que rolou nas areias do litoral sul de São Paulo nos anos 1950.

Um grupo chamado Primado de Umbanda foi até a Praia Grande para fazer, no dia de Iemanjá, o Encontro das Águas, uma espécie de procissão. Esse ritual ficou famoso na época e foi tomando uma proporção gigante. Muita gente quis participar daquele evento porque era bonito ver aquela multidão de branco.

Ao longo dos anos, a festa foi se tornando cada vez maior. Há relatos do Periódico Integração Umbandista da época da presença de mais de 300 mil pessoas em uma das edições. O evento foi oficializado em 1969 pela prefeitura da cidade litorânea como parte do calendário municipal. Neste ano, os festejos de Iemanjá da Praia Grande completaram 50 anos.

Os tradicionais Festejos de Iemanjá entraram para o calendário oficial da Praia Grande há cinquenta anos - Moacyr Lopes Junior/Folhapress - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Os tradicionais Festejos de Iemanjá entraram para o calendário oficial da Praia Grande há cinquenta anos
Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

O branco se tornou figurino de Ano Novo brasileiro nos anos 1970, quando o ritual foi exportado para o Rio de Janeiro, onde a praia de Copacabana já era o ponto de encontro do Réveillon.

Não há registros históricos sobre o porquê da data das oferendas para Iemanjá ter sido deslocada para o dia 31 de dezembro, mas o hábito foi adotado pela população, independentemente da religião.

*Fonte: Bruno Acioli, jornalista e fundador do Projeto Umbanda

**Com matéria publicada em 20/12/2019

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