Boca mantém vitrine mais valorizada do futebol argentino e movimenta milhões no mercado
O Boca Juniors se caracterizou na última temporada e no final da Copa Libertadores pelas variantes e recursos ofensivos de que dispunha. Darío Benedetto, Cristian Pavón, Ramón Ábila, Carlos Tévez, Sebastián Villa, Edwin Cardona e Mauro Zárate garantiram bom saldo de gols e opções ofensivas. No entanto, nesta janela de transferências, o clube de La Boca embolsou mais de 40 milhões de euros (R$ 167,71 milhões) por três jogadores ligados à defesa: Lisandro Magallán, Leonardo Balerdi e Wilmar Barrios.
De acordo com o jornal La Nacion, os xeneizes lideram a lista dos clubes que mais arrecadaram com transferências este mês: a equipe embolsou 51,93 milhões de dólares (R$ 190,04 milhões) pela venda de Lisandro Magallán (10,29 milhões de dólares para o Ajax), Leonardo Balerdi (20,59 milhões para o Borussia Dortmund), Wilmar Barrios (20 milhões para o Zenit), Gino Peruzzi (800 mil para San Lorenzo) e o empréstimo de Pablo Pérez (250 mil para o Independiente).
Também foi a equipe que mais gastou no mercado: investiu 17,7 milhões de dólares (R$ 64,77 milhões) na compra de Iván Marcone ( 8,5 milhões para a Cruz Azul), Jorman Campuzano (4 milhões para o Atlético Nacional) e Gastón Ávila (5 milhões para o Rosário Central). Também foi pago o valor de 200 mil dólares pelo empréstimo de Kevin Mac Allister.
As operações de Magallan, Balerdi e Barrios ratificam o valor agregado do Boca, status que gerou para se posicionar como o clube argentino que mais vende. Com essa receita extraordinária, consolida seu poder econômico. Com isso, os dirigentes da equipe sabem que um saldo positivo não gera festividades e que o capital maior está associado à glória esportiva. É por isso que este ano novamente a expectativa tem seu ponto de partida em março, quando os xeneizes viajam até a Bolívia para enfrentar o Jorge Wilstermann, seu primeiro adversário na Copa Libertadores. O Athlético Paranaense é o candidato brasileiro a enfrentar o Boca Juniors no GRUPO G da competição.
Nos últimos 20 anos, o time portenho materializou várias vendas milionárias e possui um dos jogadores mais caros da história do futebol argentino: com 20 anos, Fernando Gago foi vendido ao Real Madrid por 27 milhões de dólares. Mais tarde, Ever Banega foi transferido para o Valência por 26 milhões e Carlos Tevez vestiu a camisa do Corinthians por 20 milhões (depois migrou para o futebol chinês por 11 milhões). Em 1999, Walter Samuel havia passado para Roma em 19 milhões de dólares; em 2002, Juan Román Riquelme para o Barcelona por 13 milhões e em 2010, Nicolás Gaitán para o Benfica por 11 milhões.
Semelhante ao Palmeiras de Felipe Scolari, Gustavo Alfaro que acaba de assumir o comando da equipe, terá o desafio de gerenciar um elenco recheado e caro. Para cada posição, existem pelo menos duas variantes de ótimo nível.
- É um time rico, um dos melhores da América do Sul, e o nível de sucesso também é alto - disse Alfaro.
E, embora a soma das individualidades nem sempre garanta o sucesso do grupo, o treinador sabe que é necessário manter todos motivados: aqueles que vão para o campo e, principalmente, aqueles que olham de fora e esperam por sua chance.
A etapa que começa não é apenas a última possibilidade de Angelici culminar sua gestão com uma Copa Libertadores. Além de jogar a fase de grupos do torneio de clubes mais importante da América do Sul, no primeiro semestre o Boca Juniors enfrenta outros dois grandes desafios. No primeiro, ainda sem data estipulada, tentará vencer a Supercopa Argentina. Nesta ocasião, enfrentará o Rosário Central, último campeão da Copa Argentina. O outro é uma dívida histórica do clube: conseguir pela primeira vez um tricampeonato. Para isso, o Boca deverá se dedicar também à Superliga. Faltando dez rodadas para o encerramento do campeonato, o Racing lidera a tabela com 36 pontos. Os xeneizes aparecem em sexto, com 24 pontos e duas partidas a menos.