Topo
Entretenimento

Por que Michael Schumacher não compareceu ao enterro de Ayrton Senna?

Michael Schumacher e Ayrton Senna em 1994, ano da morte do piloto brasileiro - Reprodução
Michael Schumacher e Ayrton Senna em 1994, ano da morte do piloto brasileiro Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/12/2024 13h20

Michael Schumacher não compareceu ao funeral de Ayrton Senna por medo de ser agredido. Em 15 de maio de 1994, o alemão disse que temia ser hostilizado no Brasil após a morte do ídolo.

O que aconteceu

Não viajei ao Brasil para o enterro de Ayrton Senna em São Paulo porque tinha medo de que algum fanático, entre o milhão e meio de pessoas que foram ao velório, me agredisse, pondo em mim alguma culpa pela morte.
Michael Schumacher, em entrevista concedida em Mônaco

Alemão era o principal adversário de Ayrton Senna naquele ano. A série da Netflix retrata em detalhes os embates contra Alain Prost, mas Schumacher era o grande rival naquele campeonato. Ele venceu a corrida que marcou o trágico acidente em Ímola e, ao fim da temporada, conquistou o primeiro dos seus sete títulos na F1.

Schumacher e Senna tiveram atritos dentro e fora das pistas. Houve acusações contra a equipe do alemão, a Benetton, que teria usado dispositivos eletrônicos que eram proibidos em 1994.

O fato de não ter viajado ao Brasil não quer dizer que eu não tenha ficado comovido. Apesar de Senna e eu não sermos ótimos amigos, éramos colegas e nos dávamos bem.
Michael Schumacher

Ayrton Senna foi velado por dois dias e o cortejo levou milhares às ruas de São Paulo. O ídolo foi sepultado no Cemitério do Morumbi, na zona sul da cidade. A série da Netflix, porém, não reconstituiu o velório do piloto.

Enterro teve presença de pilotos. Alain Prost, Gergard Berger, Damon Hill, Michele Alboreto, Thierry Boutsen, Johnny Herbert, Derek Warwick, Emerson Fittipaldi e Rubens Barrichello foram alguns dos nomes que estiveram no sepultamento de Senna.

Morte quase aposentou Schumacher

A morte de Senna continuou sendo tema nos anos posteriores. Em entrevista à revista inglesa Autosport, o alemão disse que repensou a carreira após o trágico GP de San Marino.

No domingo à noite, após a corrida, eu estava totalmente destruído. Pensei seriamente em me aposentar, enquanto lutava com o fato de que pessoas poderiam perder suas vidas ali. Não sabia se queria continuar e falei muito com [sua esposa] Corinna sobre isso. Me lembro que, no teste seguinte, estava tentando descobrir se ainda gostava daquilo. Michael Schumacher

Discussão entre Michael Schumacher e Ayrton Senna em 1992 - Hoch Zwei/Corbis via Getty Images - Hoch Zwei/Corbis via Getty Images
Discussão entre Michael Schumacher e Ayrton Senna em 1992
Imagem: Hoch Zwei/Corbis via Getty Images

No depoimento à revista, o alemão ressaltou a admiração pelo brasileiro. "Eu amava a maneira com que ele pilotava. De um certo modo, Ayrton foi meu ídolo, apesar de eu não ficar feliz, no início, com a abordagem dele com os jovens pilotos, na época em que entrei na Fórmula 1. Mas era parte do jogo, então não foi um grande problema", completou.

O fim de semana do GP de San Marino terminou com as mortes de Ratzenberger e Senna. Na sequência da temporada, Schumacher travou uma disputa acirrada com Damon Hill. Guiando a Benetton, ele somou 92 pontos, um a mais que o piloto inglês da Williams.

Os episódios de "Senna" estão disponíveis na Netflix. Em seis capítulos, a produção detalha o início no automobilismo e a morte do ídolo brasileiro.

Entretenimento