Como são os restaurantes de SP entre os 50 melhores da América Latina
O Latin America's 50 Best Restaurants divulgou, em cerimônia no Rio, a lista atualizada de 2024. Como diz no nome, o prêmio publica o ranking dos cinquenta melhores endereços para comer em países da América do Sul e Central. A surpresa da vez é que São Paulo se igualou a Lima em números de restaurantes em destaque — cada cidade emplacou sete estabelecimentos.
Resultado da votação de 300 especialistas, a conquista é motivo de comemoração não só individual, mas também coletiva. Com o trabalho d'A Casa do Porco (15º), do Tuju (16º), do Evvai (20º), do Nelita (26º), do Metzi (27º), do Maní (35º) e do Kotori (50º), São Paulo fica lado a lado com a capital do Peru, país cuja gastronomia é reconhecida e idolatrada há décadas ao redor do mundo.
A lista, que no total traz nove brasileiros — incluindo os cariocas Lasai (7º) e Oteque (21º) —, serve de guia para turistas que vêm de fora e também desperta em nós, locais, a curiosidade pelas garfadas mais desejadas da região. Pensando nisso, conto um pouco sobre como é comer em quatro desses lugares.
A Casa do Porco
Depois de passar quatro anos no sítio de São José do Rio Pardo para se recuperar de questões de saúde mental, Jefferson Rueda retomou o comando da cozinha d'A Casa do Porco. Do interior, trouxe a força e inspiração para o novo menu degustação (R$ 290). Em oito tempos, provam-se carpaccio de lombo maturado, canjiquinha com costelinha defumada e outras receitas que vão bem com uma dose de cachaça.
Vai lá: Rua Araújo, 124, República.@acasadoporcobar
Evvai
É um restaurante autoral de matriz italiana. Com produtos brasileiros, o chef Luiz Filipe Souza cria pratos modernos que subvertem o óbvio. O menu, sempre chamado de Oriundi, muda de tempos em tempos. Novembro foi mês de estrear pedidas como o rigatoni de pupunha com ovas e amêndoas e a fregola com cordeiro e shidal (pasta indiana de peixe fermentada). Com 14 etapas, custa R$ 895.
Vai lá : Rua Joaquim Antunes, 108, Pinheiros. @evvai_sp
Kotori
O espaço reflete um pouco do cardápio. O uso da madeira traz tanta modernidade quanto aconchego, assim como as receitas asiáticas e contemporâneas preenchem a boca com autenticidade e gentileza na mesma medida. Isso é fruto da mente brilhante do chef Thiago Bañares, dono também do Tan Tan. Minhas pedidas favoritas são tartar de wagyu com picles de nabo (R$ 65) e a rabanada (R$ 55).
Vai lá: Rua Cônego Eugênio Leite, 639, Pinheiros. @kotori.sp
Maní
O interesse genuíno de Helena Rizzo e do seu parceiro de cozinha, o chef Willem Vandeven, pelos ingredientes e todas as suas possibilidades talvez seja o segredo da jovialidade do restaurante, que completa 20 anos. Dá para provar clássicos como o ceviche de caju no à la carte, mas a graça é se jogar no menu degustação. A nova sequência (R$ 680) dá destaque aos caldos e cremes em 10 etapas.
Vai lá: Rua Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulista. @manimanioca
Metzi
Há poucos endereços que representam tão bem a culinária do México como fazem a brasileira Luana Sabino e o mexicano Eduardo Ortiz. A união de técnicas ancestrais e de ingredientes brasileiros resulta em mordidas apaixonantes. Vale provar a quesadilla de cogumelos com queijo da Canastra (R$ 70) e o clássico porco duroc al pastor com manteiga de abacaxi e tortillas macias e quentinhas (R$ 175).
Vai lá: Rua João Moura, 861, Pinheiros. @metzirestaurant
Nelita
Sob a batuta da chef Tássia Magalhães, o time de mulheres cozinheiras prepara receitas contemporâneas de raíz italiana na frente dos clientes. O menu de onze etapas contempla entradinhas leves, massas frescas e sobremesas equilibradas e cheias de técnica. Também é possível provar pratos avulsos como o agnolotti de cabra com limão confit, mel e alho negro (R$ 165).
Vai lá: Rua Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros. @nelita.restaurant
Tuju
Não foi à toa que o lugar levou o prêmio Gin Mare Art of Hospitality Award, do 50 Best. O nível do serviço comandado por Catherine Cordás é tão alto quanto o do menu degustação, o mais caro da cidade (R$ 990). Os pratos de Ivan Ralston são pautados de acordo com as chuvas do estado. Assim, garantem ingredientes especiais e frescos, como as flores que estrelam a temporada "umidade".
Vai lá: Rua Frei Galvão, 135, Jardim Paulistano. Atendimento apenas por reserva. @tuju_sp
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ESPECIAL
10 anos, três unidades e 1.200 garrafas
Há uma década, o Grupo Ráscal lançava um restaurante inspirado nas parrillas de Buenos Aires, o Cortés, no Shopping Villa-Lobos. Neste ano, a celebração está reforçada. Ganhou a forma de loja — a terceira unidade da marca foi inaugurada no Shopping Eldorado — e, agora, de brinde.
Em parceria com a vinícola gaúcha Arteviva, o restaurante lança um rótulo de Tannat (R$ 178) escolhido por meio de degustação às cegas. Encorpado e com acidez equilibrada, vai bem com cortes de carne, sobretudo os gordurosos. Há 1.200 garrafas disponíveis.
Vai lá: Shopping Eldorado. @cortesasador
BARES
Por Sergio Crusco
Dois novos (e ótimos) bares escondidos do burburinho da cidade
Os dois estão escondidinhos, mas não são de fazer tanto mistério. Não precisa dizer senha, muito menos ser amigo do dono para entrar. Outro traço em comum entre o The Door e o Lágrima é a qualidade da coquetelaria: altíssima.
Para chegar ao The Door Hideout, toque a campainha de uma porta solitária em meio à balbúrdia da Vila Madalena. O corredor leva a um lounge tranquilo, com som de jazz e meia luz — o suave irmão mais novo do Hideout Speakeasy, de Santos.
O bar tem um laboratório munido de equipamentos gastronômicos de ponta, que permitem clarificar, emulsificar, infusionar, banhar em gordura ou até tirar o álcool de coquetéis. A cargo da parafernália, estão o bartender Sylas Rocha e os empresários Aline Araújo e Marcelo Malanconi.
O Lágrima está nos fundos da loja pop-up da Mizuno, instalada no térreo do retrofitado Edifício Renata, no centro. Pequeno e escurinho, investe no conceito listening bar, com DJs rotativos tocando som em vinil.
Ciro Tupi e Gunther Sarfert são os maestros da coquetelaria ousada, pouco óbvia e cheia de sabor do Lágrima, que mistura receitas autorais e clássicos menos conhecidos.
The Door Hideout
No boulevadier zero (R$ 45), o álcool da mescla de bourbon, Campari e gim foi eliminado na máquina rotovapor. Já virou hit. Entre as opções alcoólicas, também faz sucesso a torta do sevilha (R$ 48). Tipo old fashioned, imita a sobremesa da lanchonete santista com bourbon em fatwash de banana e manteiga, bitter e cereja fresca. No bloody, mary (R$ 45) é versão transparente do clássico, com vodca em fatwash de bacon, suco de tomate clarificado, shoyu, cambuci e pimentas.
Vai lá: R. Fradique Coutinho, 1111, Vila Madalena, @hideout.thedoor
Lágrima
O Lágrima também tem sua sobremesa em forma de drinque. O gostoso kokonattsu (R$ 50) tem vodca, coco, vermutes bianco e seco e ameixa, lembrando o manjar de da vovó, mas sem doçura excessiva. Shinzo paris (R$ 55) é uma pedida bem redondinha e fácil de beber, com gim, pitanga, vermute bianco e bitter de laranja. A carta autoral atinge um de seus melhores momentos robustos com yokai (R$ 60), harmonia de bourbon, manteiga noisette, amaro, jerez oloroso, licor de ume e Cynar 70.
Vai lá: R. Major Sertório, 95, Vila Buarque, @lagrima.bar
COZINHA DAS QUEBRADAS
Hamburgueria da quebrada de SP faz sucesso com releituras do McDonald's
Releitura de clássicos de gigante do fast food, preços atrativos e jogos estilo fliperama! É isso que o Cozinha das Quebradas, série de Nossa, te mostra no novo episódio como proposta do Inooburguer, localizado no Jabaquara e Campo Limpo (Inocoop), ambas unidades localizadas na zona sul de São Paulo.
O negócio começou em junho de 2020, na pandemia. O empreendedor Gregor Rodrigues tinha ficado desempregado e voltou a ser motoboy, quando montou a hamburgueria em casa apenas com delivery. Com apenas R$ 1.200, ele e esposa iniciaram com uma chapa de fogão para hambúrguer e panela para fritar batata. Com o tempo, compraram outros equipamentos e se especializaram.
Clique no link abaixo e confira o episódio completo!