Quem veio ao Knotfest a passeio neste sábado se deparou com uma aula aberta de metal extremo. Depois de quase 10 anos, o Meshuggah retornou ao Brasil para mostrar novamente porque é referência quando o assunto é técnica. Focando nos seus principais trabalhos dos anos 2000, a decana banda sueca deixou o público mesmerizado com suas construções harmônicas complexas ("Broken Cog", "Kaleidoscope"), riffs de guitarras incendiários ("God He Sees in Mirrors") e sua marca registrada, o djent, que mistura ritmos sincopados e riffs percussivos ("Bleed").
OLHA DE ONDE EU VIM
Apesar de focar o setlist nos discos lançados entre 2002 e 2022, a banda pinçou um clássico de sua fase inicial: "Future Breed Machine", do álbum "Destroy Erase Improve". Lançado no longínquo ano 1995, o disco já mostrava a banda distanciado de suas influências originais, em especial o thrash metal, mas ainda longe do que viria se tornar no começo dos anos 2000.
ESSE TAL DE DJENT
O Meshuggah foi o responsável por popularizar o djent, uma maneira de tocar caracterizado por som de guitarra altamente distorcido, de timbre grave e percussivo, criando uma sonoridade abafada. Essa técnica surgiu no disco "Nothing", de 2002, e passou a ser largamente utilizada por outras bandas de metal extremo.
MOSH PIT IMPROVÁVEL
Apesar de extrema, a música do Meshuggah não é exatamente convidativa ao mosh pit. Mesmo assim, rodas enormes se formaram enquanto a banda desfiava suas músicas de ritmos quebrados e andamentos estranhos. Prova de que nada pode impedir o headbanguer brasileiro de se divertir quando quer.