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'Xógum': novelão épico do Star+ é uma das melhores séries do ano

Hiroyuki Sanada em cena de "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" - Star+/Divulgação
Hiroyuki Sanada em cena de 'Xógum: A Gloriosa Saga do Japão' Imagem: Star+/Divulgação
do UOL

André Zuliani

Colaboração para Splash, em São Paulo

01/05/2024 04h00

"Xógum: A Gloriosa Saga do Japão", minissérie do Star+, chegou ao fim após dez episódios. A produção é inspirada no livro best-seller homônimo escrito por James Clavell e publicado pela primeira vez em 1975.

O livro de Clavell é inspirado na história real que moldou a trajetória do Japão no século 17. O autor alterou nomes de figuras importantes que participaram destes eventos e mesclou com a inclusão de liberdades criativas, e o saldo visto na releitura do Star+ é um novelão épico de muita qualidade.

A história de Xógum

A trama tem início nos anos 1600 e mostra um Japão feudal à beira de mais uma guerra civil. Após a morte do Taikô, líder militar do país que havia finalmente completado a unificação entre os vários clãs rivais, cinco regentes foram escolhidos para comandar o povo enquanto o herdeiro ainda não tinha idade para assumir o posto.

Um destes regentes é Yoshii Toranaga (Hiroyuki Sanada), líder da região de Edo e considerado o mais popular entre os cinco. Por causa disso, os quatro restantes, liderados por Ishido Kazunari (Takehiro Hida), começam a conspirar para tirar Toranaga do caminho.

No meio dessa crise surge John Blackthorne (Cosmo Jarvis). O protagonista é um marinheiro inglês e protestante que chega à costa japonesa após perder praticamente toda a sua frota durante a viagem, cujo objetivo era dominar a região e acabar com a influência dos portugueses católicos no comércio local. Uma vez lá, ele torna-se um improvável aliado de Toranaga e, com a ajuda da bela tradutora Toda Mariko (Anna Sawai), começa a se acostumar com a vida no Japão feudal.

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Cosmo Jarvis em cena de "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão"
Imagem: Star+/Divulgação

Engane-se, no entanto, quem pensa que "Xógum" é um épico de guerra entre samurais. A série, criada por Rachel Kondo e Justin Marks, faz uma fiel à obra original de James Clavell, e retrata tanto as batalhas campais, quanto romances proibidos e sequências que exploram as tradições do Japão feudal.

O resultado é um novelão de extrema qualidade. Mesmo sem grandes sequências de ação durante quase toda a trajetória de seus dez episódios, a série conquista ao mostrar, através dos olhos ocidentais e ignorantes de Blackthorne, os costumes e artimanhas políticas que marcaram a época.

Apesar de ser uma produção norte-americana, "Xógum" acerta ao não cair nos maneirismos de tentar simplificar os costumes de outros países ou retratá-los com pouca fidelidade. A trama ensina ao público que, assim como Blackthorne, aprende — e se choca — sobre as tradições e os valores do Japão feudal, como o seppuku, ritual suicida dos samurais, e as relações entre homens e mulheres da sociedade japonesa.

Soma-se à narrativa e fatos históricos uma direção primorosa, e o resultado é uma das melhores séries do ano. "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" tem tudo para empilhar prêmios da indústria norte-americana e ser um dos principais destaques do Emmy 2024.

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