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Alunas suspensas: os detalhes do ataque racista à filha de Samara Felippo

do UOL

Colaboração para Splash

29/04/2024 12h34

Samara Felippo denunciou que sua filha de 14 anos foi vítima de racismo na escola. A atriz registrou um boletim de ocorrência e pede a expulsão das responsáveis.

Denúncia

Alicia, 14, filha mais velha de Samara Felippo, 45, e Leandrinho, 41, foi alvo de racismo no Vera Cruz, escola de alto padrão em que estuda na zona oeste de São Paulo. A informação foi divulgada inicialmente pela revista Veja.

Samara comunicou em um grupo de pais que, na segunda-feira (22), Alicia teve um caderno roubado. Todas as páginas de uma pesquisa foram arrancadas, agressões racistas foram escritas e, por fim, o caderno foi para a área de achados e perdidos do colégio.

Ainda estou digerindo tudo e, talvez, nunca consiga. Cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa, refazendo cada página, dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também.
Texto de Samara enviado no grupo de pais

Ainda no comunicado, a atriz disse que a filha já era "excluída" na escola, e que os atos hostis vêm aumentando. "Não é um caso isolado, que isso fique bem claro".

Samara pede que as alunas responsáveis pelo ato — que já foram identificadas — sejam expulsas da escola. "Quero que todos saibam a gravidade da situação à qual minha filha foi submetida e que a escola insiste em ocultar, atos esses que estão causando danos irreparáveis para as nossas vidas! E quando digo 'nossa' é de todos nós mesmo, pois o racismo é um câncer na nossa sociedade e não podemos nos calar".

Após a publicação da Veja, Samara agradeceu o apoio nas redes sociais. "Que fique bem claro para quem vem dar apoio. Agradeço profundamente o carinho, mas crianças e adolescentes brancos NÃO SOFREM RACISMO".

Em contato com Splash, Samara afirmou que abriu um boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo para denunciar um caso de racismo contra a filha. O caso será encaminhado ao 14° DP (Pinheiros) para medidas cabíveis, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "O caso citado foi registrado como preconceito de raça ou de cor na Delegacia Eletrônica. A mãe da menor, de 14 anos, afirmou que havia um escrito com uma ofensa racista no caderno da adolescente. Prontamente, a coordenação da escola foi acionada", disse o órgão em nota.

Escola suspende alunas

O Vera Cruz reconheceu o caso e enviou um email, obtido pela reportagem, para os pais dos alunos do 9º ano, série que a filha de Samara está cursando. No comunicado, a instituição afirma que Alicia procurou a professora e a orientadora da série quando se deparou com as ofensas no caderno e foi acolhida.

Desde o primeiro momento, mantivemos contato constante com a família da aluna vítima dessa agressão racista, assim como permanecemos atentos para que ela não fique demasiadamente exposta e seja vítima de novas agressões. Na circular enviada a todas as famílias no mesmo dia, solicitamos que todos conversassem com seus filhos sobre o ocorrido.
Comunicado do Vera Cruz aos pais

Alunas responsáveis pela agressão racista foram suspensas. Além da suspensão por tempo indeterminado, a escola também proibiu a participação delas em uma viagem programada para os alunos. "Ressaltamos que outras medidas punitivas poderão ser tomadas, se assim julgarmos necessárias após nosso intenso debate educacional, considerando também o combate inequívoco ao racismo", continua o texto compartilhado com as famílias.

A Splash, a escola mais uma vez reconheceu o ocorrido, narrou a situação e afirmou que diversas medidas foram tomadas, sempre no sentido de acolher a aluna vítima da agressão e sua família, bem como no sentido de garantir que os alunos agressores entendessem a dimensão do ato. "As ações punitivas foram determinadas conforme regras e procedimentos institucionais, que levam em consideração os sentidos das punições no ambiente escolar. As sanções foram definidas pelas equipes da Escola, considerando a gravidade das ofensas", diz o comunicado enviado à reportagem.

'Saída voluntária'

Mais desdobramentos do caso. Os pais de uma das alunas envolvidas no caso anunciaram, também em comunicado para os pais dos alunos do 9º ano, obtido por Splash, a "saída voluntária" da garota da escola.

No texto, o casal afirma que pediu desculpas à Samara e sua família, e que se consideram "uma família progressista, que há anos busca caminhar e evoluir numa educação antirracista". Ao afirmar que a filha "sempre foi uma menina educada e afetiva com as amigas", os pais também negaram que a garota tenha "denúncias prévias de mau comportamento". "É uma adolescente em formação como cidadã — como os filhos de todos vocês. Que comete erros e acertos, como todos nós já cometemos em nossas vidas", disseram.

A Samara e sua filha devem estar lidando com as dores do ataque. Por aqui estamos tratando das nossas dores também, dando suporte emocional às nossas filhas adolescentes para passarmos pela turbulência e levarmos lições construtivas de todo esse processo. Todos nós estamos de certa forma enlutados com esse caso.
Trecho do comunicado enviado pelos pais

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