Cris Kartalian lembra infância de Fiuk sem Fábio Júnior : 'Fui mãe e pai'
Cristina Kartalian se define como uma pessoa discreta, que não gosta de se expor, mas que pelo filho é capaz de tudo. A artista plástica é a (verdadeira, para quem ainda tem dúvida sobre a Glória Pires) mãe do Fiuk, que está no "BBB 21".
Ao UOL, Cristina contou curiosidades sobre da infância do filho famoso que, assim como o pai, Fábio Júnior, trilhou carreira como ator e cantor. Além de Fiuk, ou Filipe - nome de batismo e como a mãe prefere se referir a ele—, ela tem mais duas filhas, Tainá e Krízia.
No reality show, o brother falou sobre a ausência do pai quando era criança, algo que afetou também as irmãs. A artista plástica lembra que o ex-marido, com quem foi casada por quatro anos, viajava muito a trabalho. Era um ritmo acelerado, diz.
"Cada um sente a ausência de um jeito. Não podemos dizer pelo outro. Ele esperava o pai chegar. É a profissão do pai, como é a dele. Aquilo no 'BBB' foi mais um desabafo. Eu conversava com ele e explicava. Procurava atividades. Eu realmente fui pai e mãe a infância inteira deles", afirma.
Fiuk era uma criança hiperativa e a mãe achou que um caminho para extravasar tanta energia seria o esporte. Fiuk fez futebol, tênis, natação e até aikido. Estudava de manhã e à tarde fazia as atividades extra-curriculares. Mas não foi no esporte que o menino agitado se encontrou.
"Eu percebi na escola que ele gostava da aula de música. Um dia conversei com o professor e falei, se ele tiver contato com a música talvez dê um norte para ele acalmar um pouco esse lado hiperativo. Comprei um violão pequeno e ele quis. Aos 9 anos, começou a ter aula de violão clássico. Estudou por três anos", conta.
Se o Filipe falasse que não queria mais tocar violão, eu teria respeitado, assim como foi com a natação, o tênis... Ele encontrou o caminho dele. Começou a compor, quis comprar uma guitarra, formar uma banda... E eu apoiei. Mãe não é só educar, mas acompanhar a trajetória do filho.
Pai famoso
A gente tem que conquistar para saber que o mérito é realmente seu. Quando você sabe que o mérito não é seu, fica um vazio.
Cristina sempre se preocupou em mostrar aos filhos que o trabalho de Fábio Júnior era como outro qualquer. Não queria que eles se deslumbrassem só porque o pai aparecia na TV ou em capas de revistas.
"Eu falava, por exemplo, a 'Caras'. Foi montado um cenário, mas se você entrar na casa da pessoa vai ver que ela come na mesa com todo mundo, tem bagunça na sala... Para eles não terem uma visão inatingível, de uma realidade que a sociedade idealiza".
Nome de príncipe da Disney
O nome real de Fiuk foi escolhido pelas irmãs Tainá e Krízia. A inspiração veio do filme "A Bela Adormecida".
Eu falei para elas: 'mamãe está grávida e é um menino. Vamos escolher o nome?'. As duas falaram, 'Filipe, igual ao príncipe da Bela Adormecida. Liguei para o Fábio e falei que ia ser Filipe.
Aos 13 anos, Fiuk disse para a mãe que queria morar com o pai. Era a referência de herói do adolescente. A ruptura não foi fácil para a artista plástica, ainda que ela tenha dado total apoio.
"Nessa idade o menino tem uma transição de garoto para a puberdade e precisa de um espelho masculino. Como ele manifestou essa necessidade, eu respeitei. Ele quis ter esse contato com pai. Eu falei, vai! Depois deitei no sofá e fiquei uma semana sem levantar", lembra.
"A Glória Pires... é a mãe da Cleo Pires, do Fiuk não"
Cristina Kartalian sempre gostou de "BBB", mas assistir ao filho dentro do jogo não é fácil. Ela passa noites em claro vendo tudo pelo pay-per-view. Na semana passada, o Brasil "descobriu" que Glória Pires não é a mãe de Fiuk após a atriz publicar um vídeo bem-humorado cantando a letra chiclete no ritmo de "I Gotta Feeling", do Black Eyed Peas.
As reações nas redes sociais foram de entusiasmo, mas o vídeo também foi usado para criticar o cantor. Naquele momento, uma rejeição a Fiuk crescia porque ele aparecia chorando bastante nos primeiros dias de confinamento.
"Na hora em que vi o vídeo da Glória Pires, pensei, 'que brincadeira legal'. Para mim não teve outra conotação. Acredito que as pessoas, por essa onda massacrante em cima do Filipe, tenham usado isso com duplo sentido. A intenção da Glória foi esclarecer. Para mim foi tão leve que eu respondi para deixar mais claro ainda quem é a mãe", disse ela, que publicou um vídeo "revelando-se" como a mãe do cantor.
Para a artista plástica, não há qualquer motivo para as críticas ou ofensas disparadas contra seu filho:
"Filipe não ofendeu ninguém, não atacou ninguém, não gritou com ninguém. As pessoas canalizaram para ele essa raiva de precisar se erguer contra. Mas contra o que? Ninguém sabe. É delicado. Todos que estão lá dentro são julgados, não só o Filipe. Como ele foi o primeiro a ter uma atitude dentro da casa, foi a bola da vez dessa onda de ódio".
"A pessoa que está colocando o ódio para fora tem esse ódio dentro dela. E isso faz mal para ela, não para os outros. Eu sei quem é meu filho. É uma pessoa correta. Por que eu vou me abalar? O que me abala são as mentiras e como elas são usadas".
Quem é Filipe?
Ele tem defeitos e qualidades como qualquer pessoa. É educado, respeita o próximo. É sensível. Todo artista tem que ter uma sensibilidade. Ele dá a cara à tapa como todos que estão lá dentro. Eu falei para ele: 'não adianta você fingir uma coisa que você não é porque as pessoas te enxergam lá dentro. Você está exposto 24 horas'.