Tradição x surpresa: Japão e Qatar fazem a final da Copa da Ásia
A balança da final da Copa da Ásia colocará duas equipes praticamente antagônicas em campo. Não que tradição entre em campo e seja uma arma em busca da vitória, mas o Japão, maior campeão, com quatro títulos até aqui, medirá forças com o Qatar, que chega à primeira decisão de sua história, no Zayed Sports City Stadium, nos Emirados Árabes Unidos, às 12h (de Brasília).
O Japão foi primeiro colocado no Grupo F, conquistando nove pontos em uma chave com Uzbequistão, Omã e Turcomenistão. No mata-mata, os Samurais Azuis tiveram um 'teste de fogo' logo de primeira, mas derrotaram a Arábia Saudita por 1 a 0; depois, eliminaram Vietnã e Irã por, respectivamente, 1 a 0 e 3 a 0.
O Qatar, por sua vez, também foi o primeiro colocado de sua chave com três triunfos em três partidas, desbancando Arábia Saudita, Líbano e Coreia do Norte. Nas oitavas de final, eliminaram Iraque, por 1 a 0, e, posteriormente, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos por, respectivamente, 1 a 0 e 4 a 0. Chegam à decisão como única seleção a não levar nenhum gol desde a partida final na história da competição.
Japão: resultado expressivo mesmo em transição de gerações
Keisuke Honda, Shinji Okazaki e Shinji Kagawa são, provavelmente, os três jogadores japoneses mais conhecidos dos últimos anos. Nenhum deles, porém, foi convocado para a disputa da Copa da Ásia, o que indica que os Samurais Azuis definitivamente entraram, após alguns problemas antes do Mundial da Rússia, em um processo de reformulação.
Agora, as caras da seleção são o atacante Yuya Osako, decisivo na vitória sobre o Irã, Takumi Minamino, o principal organizador da seleção, e Takehiro Tomiyasu, um zagueiro fundamental ao estilo da seleção, já que garante a solidez defensiva e o começo da construção das jogadas desde a primeira metade do gramado. Mesmo em um período de troca de jogadores, os Samurais alcançaram mais uma final continental - em toda a história, o Japão jamais perdeu uma decisão de Copa da Ásia: quatro partidas e quatro títulos.
- Posso afirmar que será uma partida muito difícil. Já jogamos seis partidas e sabemos que vamos enfrentar um forte oponente, temos mais uma luta e vamos ter que lutar e ter determinação para que todos os jogadores consigam as suas melhores performances em campo - afirmou Hajime Moriyasu, treinador do Japão.
Provável Japão: Gonda; Sakai, Tomiyasu, Yoshida, Nagatomo; Endo, Shibasaki; Doan, Minamino, Haraguchi; Osako.
Qatar: o desempenho mais longínquo da história
Campeões ou não, essa seleção do Qatar já fez história. Pela primeira vez, os qataris chegaram em uma final continental, o que prova que os processos de melhora das categorias de base e de internacionalização de alguns atletas já estão rendendo seus frutos. A média de idade da seleção treinada por Felix Sanchez é de 25,2 anos - o que reproduz um elenco jovem.
Nessa Copa da Ásia, os qataris, com um forte jogo de transições e passes, venceram Arábia Saudita e Coreia do Sul, seleções tradicionais do continente, o que exemplifica que eles não temem pelos 'bichos-papões' da região. Os destaques ficam para Almoez Ali, artilheiro do torneio com sete gols, que pode bater o recorde de mais tentos em uma única edição da competição se balançar as redes mais uma vez, e Akram Afif, líder de assistências do torneio.
- Quando chegamos nos Emirados Árabes para disputar a Copa da Ásia, nosso objetivo era nos testar contra todas as seleções para saber se éramos capazes de competir contra as nações do continente. Viemos com a esperança de que podíamos bater de frente com todos na Ásia, e não é surpresa para mim que estamos aqui, já que tenho noção da qualidade dos meus jogadores - afirmou Felix Sanchez, treinador do Qatar.
Provável Qatar: Al Sheeb; Pedro Miguel, Bassam Hisham, Salman, Abdulkarim Hassan; Madibo, Al Hajri, Boudiaf; Al Haydos, Almoez Ali, Afif.