Torcida faz silêncio e Morumbi tem clima melancólico em jogo do Tricolor
Após protestar com cruzes, velas e fumaça preta do lado de fora, a Independente, maior torcida organizada do São Paulo, deu sequência ao clima melancólico do Morumbi ao ficar em silêncio durante o empate sem gols com o Red Bull. Como o público não foi dos maiores (10.391), houve momentos em que a atmosfera não lembrava nem de longe a de uma partida de futebol profissional.
Os torcedores "comuns", principalmente os que estavam na arquibancada laranja, quebraram o silêncio de protesto da organizada em alguns momentos. Antes de a bola rolar, gritaram o nome da pequena Larissa, torcedora de sete anos que luta contra um câncer no cérebro, virou símbolo da conquista da Copinha em janeiro e acompanhou Antony na entrada em campo antes de comemorar seu aniversário no buffet infantil do estádio.
A saída de Reinaldo, que se lesionou logo aos 11 minutos de jogo, também movimentou os são-paulinos. Vários xingaram o lateral-esquerdo - que já havia sido alvo do protesto do lado de fora - enquanto ele se dirigia para o vestiário. Já Gonzalo Carneiro, expulso antes da metade do primeiro tempo após uma entrada dura no campo de ataque do Tricolor, recebeu surpreendentes aplausos de alguns torcedores.
Julio Cesar, goleiro do Red Bull, foi provocado em uma falta a favor do São Paulo. Os torcedores gritaram o nome de Rogério Ceni, que marcou sobre o ex-corintiano, em 2011, o centésimo gol de sua carreira.
A Independente seguiu calada, mas os demais são-paulinos vaiaram a equipe no intervalo e após a partida. Os únicos aplausos do segundo tempo foram ouvidos quando Rafael Carioca, lateral-esquerdo do Red Bull, deixou o gramado de ambulância após um choque de cabeça com Igor Vinícius.
Quando o jogo acabou, um grupo de torcedores se juntou na arquibancada amarela para gritar "time sem vergonha" e "Leco, c..., pede demissão".