Bill Cosby volta a recorrer de sua condenação por agressão sexual
Nova York, 12 Ago 2020 (AFP) - O comediante americano Bill Cosby apelou à mais alta corte da Pensilvânia de sua sentença de três a dez anos de prisão por drogar e agredir sexualmente uma mulher há mais de 15 anos, de acordo com documentos apresentados à justiça.
O novo recurso, que vem depois de o comediante perder um anterior em dezembro no Tribunal Superior da Pensilvânia, garante que o júri de seu julgamento nunca deveria ter ouvido o antigo depoimento de Cosby aos procuradores, em que ele disse ter administrado o sedativo e hipnótico Quaaludes para mulheres pelas quais ele estava sexualmente interessado.
Os procuradores prometeram a Cosby que ele nunca seria acusado, disseram seus advogados no recurso apresentado na terça-feira.
Eles também indicam que isso aconteceu "décadas atrás" e que não está relacionado ou comparável aos crimes pelos quais ele foi julgado.
Seus defensores também apontam que o juiz Steven O'Neill nunca deveria ter permitido o testemunho de cinco outras mulheres - além da acusadora, Andrea Constand - que disseram ter sofrido abusos em encontros com o ator ocorridos anos atrás.
Eles afirmam que como resultado desses depoimentos, Cosby foi julgado como se fosse um "predador" sexual, sem presunção de inocência, e não pelos crimes de que foi acusado, mas por conduta anterior em sua vida.
O porta-voz de Cosby, Andrew Wyatt, disse à AFP que o ator não comentará sobre seu novo recurso.
O popular comediante de 83 anos, que rompeu as barreiras raciais com seu papel de pai e médico na série de TV de sucesso "The Cosby Show" (1984-1992), foi condenado em 2018 por drogar e agredir sexualmente Andrea Constand em sua mansão na Filadélfia.
Foi o primeiro julgamento de uma celebridade e o primeiro veredicto de culpado por agressão sexual desde o início do movimento #MeToo.
Apesar do fato de mais de 60 mulheres terem acusado Cosby de agressão sexual, ele só foi julgado sob a queixa de Constand, já que a prescrição já havia sido aprovada nos outros casos.
Um julgamento anterior em junho de 2017 terminou em anulação depois que o júri não conseguiu chegar a um veredicto unânime.
Uma dúzia de mulheres que afirmam ter sido vítimas de Cosby entraram com processos civis contra o ator, buscando indenização por danos.
lbc/lda/cc
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