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Martinho da Vila: 'Ludmilla não entende muito de religiões africanas'

Martinho da Vila, que lança autobiografia "Martinho da Vida" - Leo Aversa/Divulgação
Martinho da Vila, que lança autobiografia 'Martinho da Vida' Imagem: Leo Aversa/Divulgação
do UOL

De Splash, em São Paulo

26/04/2024 09h13Atualizada em 26/04/2024 09h13

Martinho da Vila, 86, em entrevista à Veja:

Novo show: "Vai ser um show alegre, com convidados, alguns dos meus filhos. Queria fazer um dia só, porque também estou com agenda complicada e agora também diminuí bastante minhas atividades. Já estou com 86, devia estar aposentado, trabalho desde cedo. Eu sempre falo: 'vou dar um tempo agora'. Mas a pessoa mais idosa é que nem um carro velho, não pode deixar parado na garagem, porque quando for ligar não anda (risos)".

Álbum novo: "Já gravei muitos discos, não queria mais, mas não tenho palavra. A gravadora pediu um disco novo e falei: 'ninguém mais está fazendo disco, fazem uma, duas músicas e colocam na internet'. E eles: 'faz, a gente de dois em dois meses vai promover uma música'. Já fiz mais de 50 discos, tinha que fazer algo diferente. Vão ser violões e cavaquinhos, mas nada de chorinho. A intenção era fazer nova leitura de músicas que já gravei, sambas ritmados, com muitos instrumentos. Por isso o violão e o cavaquinho, quem gosta de poesia vai curtir mais".

Candidatura na Academia Brasileira de Letras: "Não [me candidataria de novo], eu gostaria de fazer parte, mas cheguei à conclusão, observando, que não adianta se candidatar. Ninguém deve se candidatar à Academia, porque a diretoria da casa de Machado de Assis se reúne e cada um tem um candidato que gostaria de colocar. A diretoria escolhe um e manda ele se candidatar. Ele já vai se candidatar absoluto.

Ele diz, no entanto, que faria parte da ABL se fosse convidado: "Lá tem os intelectuais para trocar ideias, conversar. É sempre bom trocar figurinha. A Academia foi fundada por um negro e na história da academia poucos tiveram acesso. Sou ligado aos movimentos negros e eles dizem: 'você tem que ir para lá, temos que ocupar os espaços'. Mas não estou pensando nisso agora não".

Frase polêmica de Ludmilla no Coachella: "Ludmilla não entende muito desse assunto de religiões africanas. Essa frase: 'Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas'. Tranca Rua é Exu. No passado, Exu era visto como o demônio pelas pessoas. E não é assim, Exu é mensageiro. Nós, católicos, temos anjo-da-guarda; e nós, da religião africana, temos Exu. Pegou mal. Parava por aí: 'só Jesus salva', na fala dos evangélicos. Sou religioso, acordo todos os dias e falo: 'Salve Jesus, Saravá meus orixás'. Misturo tudo. E vamos levando, devagar e sempre". Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa por mostrar, no telão, a frase "Só Jesus expulsa o Tranca-Rua das pessoas".

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