Super Liga europeia começa a desmoronar
No fim da noite desta terça-feira (21/04), após protestos de seus torcedores e ameaças da UE e da Fifa, todo os seis representantes da Inglaterra entre os 12 membros fundadores comunicaram sua desistência do projeto.
O Manchester City foi o primeiro a oficializar a desistência, na tarde de terça, seguido pelo Chelsea. Mais tarde, em uma série de comunicados emitidos à noite, Arsenal, Manchester United, Liverpool e Tottenham também confirmaram que não continuarão no projeto.
"O Liverpool pode confirmar que nossa participação na proposta de formar uma Super Liga europeia não continuará", escreveu o atual campeão inglês em nota oficial.
"Foi um erro e pedimos desculpa"
Já o Arsenal pediu desculpas pelo que agora considera um erro e informou que tomou a decisão levando em consideração a opinião de sua torcida.
"Os últimos dias nos mostraram o profundo sentimento que nossos torcedores têm por este clube. A resposta deles nos fez refletir e pensar. Nunca foi nossa intenção causar estes problemas, mas não queríamos nos afastar quando recebemos o convite para esta Super Liga, para proteger o futuro do Arsenal", disse o clube. "Mas cometemos um erro e pedimos desculpas por isso", completaram.
O Tottenham também se desculpou com os torcedores ao comunicar a desistência, confirmada através de uma mensagem do presidente do clube, Daniel Levy.
"Lamentamos a ansiedade e a tristeza que causamos. Acreditávamos que era importante para nosso clube estar envolvido no desenvolvimento de uma nova estrutura que garantisse o futuro financeiro da pirâmide do futebol. Acreditamos que o esporte deve rever constantemente suas competições e que os órgãos devem garantir que o esporte que todos amamos evolua. Obrigado aos torcedores por terem tido uma palavra a dizer", declarou Levy.
Restam apenas seis clubes
Sem os clubes ingleses, a Super Liga tem, no momento, apenas seis integrantes: Atlético de Madri, Barcelona, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus e Milan.
"Não participaremos da Super Liga europeia. Ouvimos atentamente o retorno de nossos torcedores, do governo britânico e outros. Continuamos empenhados em trabalhar com a comunidade do futebol para criar soluções sustentáveis para os desafios de longo prazo que o futebol enfrenta", anunciou o Manchester United.
Nenhum clube alemão ou francês se comprometeu a participar da Super Liga. O Bayern de Munique, que levou a taça na Liga dos Campeões da UEFA em 2020, e o Paris Saint-Germain e o Borussia Dortmund, semifinalistas do campeonato deste ano, são ausências importantes da lista.
Os clubes fundadores afirmaram que a crise econômica provocada pela pandemia foi um dos motivos que levaram à iniciativa. "A criação da Super Liga ocorre em um momento em que a pandemia mundial acelerou a instabilidade do atual modelo econômico do futebol europeu", argumentaram.
A desistências inglesas foram anunciadas após um dia de crescente pressão por parte de torcedores, governos e entidades esportivas contra a criação do torneio, que competiria com a Liga dos Campeões e, consequentemente, entraria em confronto com a Uefa e a Fifa. No Reino Unido, até o governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se manifestou e não descartou intervir.
RPR (Efe, ots)
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