México, EUA e Canadá caminham para texto final do USMCA
México, 10 dez 2019 (AFP) - Após meses de negociações sobre normas trabalhistas, Estados Unidos, México e Canadá assinam, nesta terça-feira (10), uma modificação a seu acordo de livre-comércio (USMCA, na sigla em inglês), abrindo caminho para sua ratificação final.
A presidente da Câmara de Representantes americana, a democrata Nancy Pelosi, disse em Washington que, com as mudanças ao texto firmado há um ano, o USMCA ficou "infinitamente melhor do que o que se havia proposto inicialmente".
Em uma nota, o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Robert Lighthizer, celebrou: "Alcançamos um histórico acordo no USMCA", que beneficiará, nos próximos anos, "trabalhadores, fazendeiros e produtores" americanos.
"Daqui para frente, este será o modelo para os acordos comerciais americanos", completa a nota.
Hoje, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, agradeceu a seus colegas dos EUA e do Canadá pelo apoio.
"Falei por telefone com Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, e com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Agradeci aos dois por sua valiosa participação e apoio para aprovar o T-MEC", tuitou.
López Obrador lhes agradeceu também pela "distinção de que seja em nosso país a assinatura do respectivo documento", o que acontece ainda hoje, em cerimônia na capital mexicana, com negociadores dos três países.
"Chegamos a um acordo" e o "TMEC vai sair", tuitou o principal negociador do México, Jesús Seade, usando a sigla adotada em espanhol.
O México já ratificou o acordo, mas, nos Estados Unidos, congressistas e sindicatos exigiram garantias de que o vizinho do sul adotaria medidas em relação às normas trabalhistas. O objetivo é impedir que o México possa ter vantagens com sua mão de obra mais barata do que a americana.
Os Estados Unidos chegaram a propor que inspetores fiscalizem as fábricas mexicanas para certificar o respeito às normas trabalhistas do USMCA, mas o governo de López Obrador se opôs.
Em seu tuíte, Seade disse que a fiscalização será sem inspetores, mas ficará a cargo de painéis - uma situação que ele considerou "normal em acordos comerciais".
O USMCA substituirá o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), em vigor desde 1994. Muitos sindicatos nos Estados Unidos e o presidente Donald Trump consideram o acordo nefasto para o emprego americano.
- Otimismo -O USMCA foi selado em novembro de 2018, mas, até agora, foi ratificado apenas pelo Senado mexicano, em junho passado. O Canadá disse que aprovará o texto assim que os Estados Unidos fizerem o mesmo.
Em entrevista à rede CNBC, Pelosi afirmou que o acordo poderá ser votado no Congresso americano em 18 de dezembro.
Maioria na Câmara de Representantes, os congressistas democratas bloquearam a ratificação do USMCA, em meio a questionamentos dos sindicatos. A pressão era por maiores garantias no cumprimento da reforma trabalhista mexicana exigida pelo acordo para evitar a concorrência desleal com os trabalhadores americanos.
O presidente da central sindical AFL-CIO, Richard Trumka, recebeu bem o acordo.
"O USMCA está longe de ser perfeito, mas não se pode negar que as regras do comércio serão mais justas", disse o presidente do sindicato.
Sua ratificação marcará uma importante vitória política para Trump, que considera o Nafta "o pior acordo comercial da história".
Se for aprovado pela Câmara de Representantes, o trâmite será ágil no Senado, onde os aliados republicanos de Trump são maioria.
Para entrar em vigor, o texto definitivo do USMCA precisa ser ratificado pelas legislaturas dos três países.
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