Ex-governador de Buenos Aires será novo chanceler da Argentina
Buenos Aires, 5 dez (EFE).- Ex-governador da província de Buenos Aires e atual deputado, Felipe Solá será o ministro de Relações Exteriores do governo do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, que toma posse na próxima terça-feira.
A informação sobre a escolha de Solá foi confirmada em comunicado pela Frente de Todos, a coalizão política liderada por Fernández, nesta quinta-feira.
A indicação ocorre depois de várias semanas de especulações e de apostas sobre quem seria o chefe da diplomacia argentina após o atual deputado ter acompanhado o presidente eleito em algumas das viagens feitas ao exterior.
Acompanhado de Solá e do também ex-governador de Buenos Aires Daniel Scioli, indicado para assumir a embaixada da Argentina em Brasília, Fernández recebeu hoje uma delegação de parlamentares brasileiros encabeçada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Enquanto isso, o ainda presidente da Argentina, Mauricio Macri, estava em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, para participar da última cúpula do ano do Mercosul, cujo o anfitrião era o presidente Jair Bolsonaro.
Fernández pediu a Maia e aos demais deputados que estiveram hoje em Buenos Aires que transmitam a Bolsonaro o desejo do novo governo da Argentina o respeito pelo Brasil e o desejo de que os dois países trabalhem juntos.
"Se nos respeitarmos, conviver é mais fácil. Meu primeiro gesto ao Brasil é enviar como embaixador alguém altamente valorizado por mim", disse Fernández sobre Scioli.
As relações entre o peronista e o governo brasileiro são conturbadas desde a campanha eleitoral na Argentina. Bolsonaro apoiou abertamente a reeleição de Macri, chegando a dizer que o país vizinho se tornaria uma "nova Venezuela" em caso de vitória de Fernández. O eleito respondeu, após a vitória, defendendo a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro também se recusou a cumprimentar Fernández pela vitória no pleito.
"Temos um destino em comum, temos que cuidar para que nenhuma conjuntura altere essa relação: o Brasil é um irmão com outro idioma. A integração regional é a melhor ferramenta para enfrentar a globalização, como no recente tema das tarifas ao aço", disse Fernández, citando a taxação imposta a Brasil e Argentina pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo a Frente de Todos, Maia disse que Bolsonaro sabia da visita dos deputados à Argentina e pediu a ele para transmitir a Fernández que espera que os dois governos tenham uma "boa relação".
"Estamos felizes de trabalhar com a Argentina e de aproximar os governos para ter mais força para enfrentar os desafios da economia mundial", indicou Maia no comunicado. EFE
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