Bolsonaro pede que PSL não altere MP da reforma administrativa no Senado
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quinta-feira que os senadores de seu partido, o PSL, não busquem alterar o texto da Medida Provisória 870, que reformula o governo federal, aprovado pela Câmara dos Deputados e pediu a seus correligionários que contribuam para uma aprovação "relâmpago" da proposta no Senado.
"No meu entender (o Senado) deve aprovar o que foi votado na Câmara dos Deputados e vamos seguir em pautas mais importantes", disse o presidente na transmissão semanal que faz em uma rede social.
O presidente disse ainda que alguns parlamentares de seu partido precisam aprender que não é possível vencer todas as disputas, depois de o governo sofrer uma derrota com a decisão da Câmara de colocar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sob comando do Ministério da Economia, e não na pasta da Justiça, como queria o Executivo.
"A minha bancada, o PSL, é uma bancada de parlamentares bastante novos. Alguns ainda acham que têm que ganhar todas, não dá. Vai perder alguma votação, sem problema nenhum, e quem tiver mais voto, leva. Agora, nossa bancada não vai atrapalhar votações, no que depender de mim", disse o presidente.
"Temos que votar semana que vem no Senado. Então, o que eu peço aos meus liderados, do meu partido, que aprovem o que passou na Câmara, numa votação simbólica, relâmpago e toca o barco."
Senadores do PSL já sinalizaram que pretendem apresentar um destaque na votação do Senado para que o Coaf fique no guarda-chuva da Justiça. Caso o texto aprovado na Câmara seja alterado pelos senadores, a matéria terá de retornar à apreciação dos deputados, o que gera o risco de ela caducar, já que perderá validade em 3 de junho se não for aprovada pelas duas Casas.
Inicialmente, a assessoria do líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), informou que ele participaria da transmissão ao lado de Bolsonaro. Posteriormente, no entanto, disse que um imprevisto impediu a participação.
Vitor Hugo tem sido o pivô de um descontentamento de parlamentares, principalmente do centrão, com o governo. O líder teve um desentendimento nesta semana com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante reunião do colégio de líderes da Casa.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
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