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Ucrânia, Israel, Taiwan e TikTok: saiba mais sobre a lei promulgada por Biden

24/04/2024 16h40

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, promulgou nesta quarta-feira (24) uma lei que contém um importante programa de ajudas para a Ucrânia, Israel e Taiwan, assim como uma possível proibição da rede social TikTok.

Conheça abaixo os detalhes desse pacote de 95 bilhões de dólares (490 bilhões de reais), fruto de meses de negociações no Congresso. 

- Ucrânia -

Quase 61 bilhões de dólares (314 bilhões de reais), a maior parte dos fundos aprovados, serão destinados à guerra na Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, está há meses pedindo essa ajuda, que qualificou como "vital". 

O Congresso americano não aprovava um pacote de tal magnitude para Kiev desde dezembro de 2022, principalmente por disputas partidárias. 

O texto aprovado na terça-feira prevê quase 14 bilhões de dólares (72 bilhões de reais) para treinar, equipar e pagar o Exército ucraniano. 

Cerca de 10 bilhões (51 bilhões de reais) de ajuda econômica dedicados aos setores da energia e da infraestrutura serão enviados em forma de empréstimo. 

Essa ideia foi impulsionada pelo ex-presidente e agora candidato presidencial Donald Trump, que considera que os Estados Unidos devem "deixar de dar dinheiro sem esperar que lhe seja devolvido". No entanto, esta dívida pode ser perdoada.

Uma grande parte da doação também será utilizada para repor os suprimentos do Exército americano e será destinada às fábricas de armas dos Estados Unidos. 

O plano de ajuda também autoriza o presidente Biden, que tenta a reeleição contra Trump nas eleições de novembro, a confiscar e vender ativos russos, para que possam ser utilizados no financiamento da reconstrução da Ucrânia, uma ideia que está ganhando terreno entre os demais países do G7. 

- Israel -

O programa adotado pelo Congresso prevê mais de 13 bilhões de dólares (67 bilhões de reais) em assistência militar a Israel, aliado-chave dos Estados Unidos e em guerra com o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. 

Esses fundos serão destinados em particular para reforçar o escudo antimísseis israelense, conhecido como o "Domo de Ferro". 

Também serão destinados mais de 9 bilhões de dólares (46 bilhões de reais) para cobrir a "necessidade urgente de ajuda humanitária" para "populações vulneráveis em todo o mundo", especialmente em Gaza e no Sudão. 

No entanto, o plano proíbe qualquer financiamento direto dos Estados Unidos à agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA. 

Israel acusa alguns dos empregados desse ente das Nações Unidas de estarem envolvidos no ataque de 7 de outubro perpetrado por combatentes do Hamas e que impulsionou o conflito, mas ainda não forneceu provas desses supostos vínculos, segundo uma investigação independente. 

- Taiwan, TikTok -

Como havia exigido Biden, esse texto dedica mais de 8 bilhões de dólares (41 bilhões de reais) para enfrentar a China no plano militar - investindo em submarinos - e no campo econômico - competindo com dois grandes projetos chineses nos países em desenvolvimento. 

Bilhões de dólares terão como destino Taiwan, ilha de 23 milhões de habitantes que a China reclama como uma de suas províncias a serem reunificadas, inclusive pela força. 

A lei também prevê a proibição do TikTok nos Estados Unidos se essa rede social não cortar seus vínculos com sua empresa matriz, o grupo chinês de entretenimento ByteDance, e, em geral, com Pequim. 

Há meses, a rede de vídeos curtos está na mira das autoridades americanas, já que vários funcionários do país afirmam que a plataforma permite à China espionar e manipular seus 170 milhões de usuários nos Estados Unidos. 

O aplicativo prometeu entrar com ações legais contra essa lei. 

cjc/aem/arm/dga/dd/ic

© Agence France-Presse

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