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'Inimigos querem me queimar', diz ministra acusada de ligação com miliciano

Foto mostra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, trocando mensagens pelo Whatsapp durante a cerimônia de posse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília - 04.jan.23 - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto mostra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, trocando mensagens pelo Whatsapp durante a cerimônia de posse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília Imagem: 04.jan.23 - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

05/01/2023 08h17Atualizada em 06/01/2023 08h46

Em mensagem de WhatsApp, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), atribuiu a "inimigos" a acusação de que mantém ligação com um miliciano. A conversa foi flagrada pelo fotógrafo Wilton Junior, do jornal O Estado de S.Paulo.

Os inimigos querem me queimar, mas não irão conseguir."
Mensagem escrita por Daniela do Waguinho

Na troca de mensagens, a ministra também admite desconforto com o noticiário, que revelou a participação da família do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, em campanhas dela e na gestão de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho.

Leia reprodução dos diálogos

  • "Desconfortável hoje. Jornalistas cochichando", escreveu Daniela ao seu chefe de gabinete na Câmara e futuro secretário executivo do ministério, identificado como Bento. "Talvez seja porque você já está impressionada. Aí as coisas ficam mais gritantes para você", respondeu ele.
  • A ministra, então, minimizou o abalo emocional. "Não sou dramática. Isso não prosperará. Os trabalhos irão abafar a notícia ruim", disse.

Em outra conversa, com um contato identificado como Doutor Santoro H.F., Daniela escreveu que não vai abonar crimes de quem quer que seja.

Recebi muitos apoios, mas não respondo por outras pessoas. Não compactuo com qualquer ato ilícito. Cabe à política e à Justiça investigar e julgar casos que são da polícia e da Justiça."
Mensagem de Daniela do Waguinho flagrada pelo Estadão

Foto mostra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, trocando mensagens pelo Whatsapp durante a cerimônia de posse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto mostra a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, trocando mensagens pelo Whatsapp durante a cerimônia de posse da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília
Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Relações com miliciano e a Justiça

Daniela do Waguinho está nos holofotes por ligação com o ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado por homicídio e apontado como chefe de uma milícia na Baixada Fluminense.

Jura —que cumpre regime semiaberto— fez campanha para Daniela quando ela concorria ao seu primeiro mandato, em 2018, conforme informou a Folha de S.Paulo. Daniela também teve o apoio de Giane Prudêncio, esposa de Jura.

Jura também foi nomeado, em 2017, como assessor na Prefeitura de Belford Roxo, comandada pelo marido de Daniela.

Por meio de nota de sua assessoria de imprensa, a ministra disse que "apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito".

Governo Lula defende a ministra

  • Presidente Lula (PT) avalia não haver fatos para substituir a ministra do Turismo, Daniela Carneiro.
  • Na avaliação do petista, a ministra do Turismo pode ter sido vítima de fogo amigo.
  • O ministro da Casa Civil, Rui Costa, minimizou as suspeitas de relação de Daniela com integrantes de uma milícia no Rio: "Se surgirem coisas novas, aí é outra história, mas até o momento não há nada".
  • O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também saiu em defesa de Daniela: "Nada do que tem até agora desabona a atitude dessa ministra".
  • O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o fato de haver uma imagem "não significa ter ligação com as atividades eventualmente ilegais dessas mesmas pessoas", mas sugeriu que Daniela preste esclarecimentos.

De acordo com o Estadão, uma ala do União Brasil, partido de Daniela, quer trocá-la porque ela não foi uma indicação da bancada da Câmara. O nome da ministra foi sugerido pelo presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e pelo senador Davi Alcolumbre (AP).

*Com informações de Estadão Conteúdo

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