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Dez livros clássicos para reler e entender a formação do Brasil

31/03/2019 07h00

Você deve ter lido alguns ou todos estes livros nos tempos de escola, preocupado com provas ou trabalhos a entregar, fichamentos e análise dos personagens. Nossa proposta, agora, é que você leia de novo, mas se desprenda do olhar da "obrigação" e leia pelo prazer. E se você estiver interessado no contexto político e social do Brasil, todos eles vão poder ensinar alguma coisa sobre como chegamos até aqui.

Os títulos aparecem em ordem cronológica da primeira publicação.

  • Reprodução/Mercado Livre

    O Guarani, José de Alencar

    Publicado em 1857. O tema indigenista esteve presente em algumas obras de José de Alencar, como "O Guaruani", a primeira, e "Iracema", a mais famosa. "O Guarani" trata do caso de amor entre um índio da região serrana do Rio de Janeiro e a filha de um fidalgo português. Numa das passagens mais dramáticas, o índio Peri elabora um "ataque biológico" para defender a família dos portugueses do ataque de uma tribo aimoré: sabendo que os aimorés eram canibais, ele envenena o próprio corpo e se lança ao ataque, para que, ao ser comido, sua carne envenene também os inimigos. O livro registra um cenário pouco discutido nas escolas, a convivência dos nativos com os invasores portugueses

  • Reprodução/Mercado Livre

    Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

    Publicado em 1880. Principal nome da literatura brasileira, Machado de Assis foi um representante do realismo e do romantismo, com dezenas de obras publicadas nos mais variados gêneros e formatos, mantendo a constante do humor sutil. Em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", Machado conta a história sob a perspectiva de um morto, o Brás, herdeiro da rica família Cubas. Entre as lembranças do morto, se costuram críticas à escravidão, comentários sobre as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época

  • Reprodução/Agenda Jundiaí

    O Cortiço, Aluísio Azevedo

    Publicado em 1890. No século 19, no Rio de Janeiro, um português começa a alugar casas e cria um grande cortiço. A trama central acontece em torno do proprietário, João Romão, mas as narrativas da vida no cortiço retratam o modo de vida dos mais pobres naquela época, num lugar onde convivem descendentes de escravos e europeus, num bairro (então) afastado do centro do Rio de Janeiro, Botafogo

  • Reprodução/caredugom

    Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto

    Publicado em 1915. Ambientado na mesma época e cidade de "O Cortiço", "Triste Fim de Policarpo Quaresma" apresenta outro recorte da vida carioca. O protagonista, "major" Policarpo Quaresma, é um nacionalista que chega ao ufanismo, a ponto de adotar o tupi-guarani como idioma. Essa ideologia radical e a determinação em se manter afastado das falcatruas da política causam problemas de convívio para Policarpo

  • Reprodução/Oficinafu

    Urupês, Monteiro Lobato

    Publicado em 1918. Famoso pelos livros dedicados ao público infantil, Monteiro Lobato foi um crítico social e defensor do nacionalismo, especialmente no que que diz respeito ao petróleo. Em "Urupês", uma série de 14 contos escritos alguns anos antes da publicação, essa defesa do Brasil surge, entre outros pontos, na linguagem inovadora, rejeitada por alguns, que incorpora elementos coloquiais ao texto escrito. Seria esse o jeito brasileiro de falar, atribuído ao personagem Jeca Tatu

  • Reprodução/Biblioteca Nacional

    Macunaíma, Mário de Andrade

    "Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter" foi publicado em 1928. É considerada a obra-prima de Mário de Andrade, pesquisador que se aprofundou nos rincões do país em busca da identidade brasileira. A narrativa mágica conta a história de Macunaíma mesclando tradições indígenas com lendas e criações próprias. O herói deixa a mata e vai para a cidade, expandindo o pano de fundo para as pesquisas do autor num mergulho no Modernismo cultural dos anos 1920

  • Reprodução/O Buquineiro

    Menino de Engenho, José Lins do Rego

    Publicado em 1932. Amigo de Gilberto Freyre, José Lins do Rego estava convencido de que o Brasil só teria uma literatura própria, descolada da influência europeia, quando se dedicasse a temas verdadeiramente nacionais. "Menino de Engenho" foi a primeira tentativa, exitosa, de levantar esses assuntos, abordando o Ciclo da Cana no nordeste do país. A ação se passa numa época pós libertação dos escravos, mas que ainda guarda a tradição escravagista no interior das fazendas, especialmente na divisão entre a casa grande e o canavial. O menino que vive no engenho é Carlos, que tem sua infância narrada entre as abordagens sociológicas. Além desse livro, Rego publicou outros quatro abordando o ciclo da cana, terminando com "Fogo Morto"

  • Reprodução/Amazon

    Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto

    Publicado em 1945. "Morte e Vida Severina" é um poema trágico, apresentado na forma de auto de Natal pernambucano. Severino é um retirante, fugido da seca e da fome, que só encontra a morte em sua fuga. A mudança de perspectiva acontece quando ele presencia o nascimento de uma criança, filho de retirantes como ele. A cena é vista como uma representação do nascimento de Jesus. O livro é imprescindível para quem deseja conhecer as origens da migração nordestina para o Sudeste e todo o sofrimento envolvido nessa mudança

  • Reprodução/Mercado Livre

    O Tempo e o Vento, Érico Veríssimo

    Publicado em 1949, 1951 e 1961. Romance dividido em três partes, "O Tempo e o Vento" é uma saga das famílias Terra e Cambará que, como pano de fundo, conta a história do Rio Grande do Sul desde a ocupação do "continente", em 1745, até o fim do Estado Novo, em 1945, passando por guerras, disputas políticas e romances

  • Reprodução/Memorial da Democracia

    Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa

    Publicado em 1956. A essência de "Grande Sertão: Veredas" está na paixão de Riobaldo, um jagunço nordestino, por quem ele pensa ser outro homem, Diadorim, e todo o tormento que ele enfrenta por esse amor impossível. Durante 600 páginas, o Brasil é refletido nos pensamentos sobre a vida, a solidão e a guerra. Nos tempos atuais, a discussão da sexualidade ganha ainda mais importância

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