Seis vezes que elétricos e híbridos do passado erraram como seria o futuro
Prever tendências é algo complicado, mas por várias vezes a indústria automotiva embarcou nessa missão ingrata e isso ocorreu de várias formas, seja na forma de conceitos e outros exercícios de imaginação ou, ainda, com o lançamento de modelos que, ao menos em teoria, teriam um ar futurista.
Esse segundo caso aconteceu bastante com os primeiros carros elétricos e híbridos que, ao menos em teoria e na cabeça de projetistas, seriam modelos que chegariam para revolucionar. Teriam, portanto, que ser substancialmente diferentes dos vistos nas ruas da época.
Abaixo listamos alguns desses modelos que tentaram antever o futuro, mas acabaram errando completamente. Curiosamente, o tempo provaria que um dos fatores de sucesso para os carros elétricos e híbridos era, justamente, o de não serem muito diferentões. Basta ver que os modelos elétricos lançados nos últimos tempos e mesmo os previstos para os próximos anos lembram, veja bem, carros convencionais.
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Sinclair C5
Clive Sinclair pode ser mais conhecido como o criador da linha de computadores/videogames ZX, mas ele também se aventurou na criação de automóveis. Ou melhor, veículos.
Um exemplo era o C5, de 1985, que, na verdade, era um triciclo. Elétrico, era a proposta para veículos urbanos com zero emissão, porém a realidade se mostrou diferente.
Especialmente porque o C5 dependia também de tração humana - no caso, por pedais. No fim, não era robusto como um carro e nem prático como uma bicicleta elétrica. -
Honda Insight
Primeiro híbrido da Honda, o Insight existe até hoje. Felizmente, ao longo do tempo ele ganhou as formas de um carro "normal", ao contráriod o que ocorria com a sua primeira geração, produzida entre 1999 e 2006.
Visto de frente, parecia um Civic, o que não era nada mal. O problema é quando os olhos iam em direção à traseira. Ainda que uma útil solução aerodinâmica, as rodas traseiras eram carenadas - diversas fabricantes apostavam que os veículos do futuro teriam essa solução, o que felizmente se mostrou uma previsão furada.
As luzes traseiras, de formato triangular, contrastavam, e não de uma boa forma, com o restante da carroceria, que tinha linhas fluidas e arredondadas. -
Gurgel Itaipu E150
O engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel é tido (com motivos) como um visionário da indústria automotiva nacional. Mas mesmo os gênios erram às vezes.
Em 1974 o Gurgel Itaipu E150 foi apresentado como protótipo no Salão do Automóvel. Era um minicarro, capaz de levar duas pessoas e se destacava pelas linhas retas.
O tamanho diminuto poderia fazer dele prático para o trânsito urbano, mas ao mesmo tempo limitava suas aplicações, fugindo bastante da proposta atual de termos elétricos cada vez amis próximos de carros comuns.
Outro desafio eram as baterias: pesadas - representavam 320 kg do total de 460 kg do modelo -, elas demoravam dez horas para serem carregadas e davam autonomia de apenas 50 km. -
Reva G-Wiz
Elétrico de origem indiana, o G-Wiz foi produzido entre 2001 e 2019, período no qual teve duas atualizações. Foi uma vida surpreendentemente longa para um carro tão estranho. Em termos visuais, ele parece que fora achatado longitudinalmente.
Leva dois adultos na frente e duas crianças - pequenas - atrás e, na verdade, em vários lugares onde foi vendido ele não é considerado, propriamente, um veículo. Nos EUA, era tido como um "veículo de vizinhança", proibido de entrar em vias de trânsito rápido. Já na Europa, era um "quadriciclo pesado" e também encarava restrições. -
Corbin Sparrow
Se o G-Wiz parecia estranho, o Corbin Sparrow bate todos os recordes nesse sentido. Com três rodas, o carro mais parece um nariz e, veja só, é produzido até hoje.
Carrega apenas uma pessoa, o que limita bastante as suas capacidades. O Sparrow ainda ganhou uma versão "hatchback", cuja principal diferença era um compartimento de carga na traseira. Foi usado como carro de entrega de pizzas pela rede Domino's. -
General Motors EV1
Muitas vezes lamentamos quando um carro de produção se afasta muito da ousadia dos conceitos, mas no caso do EV1 seria melhor se isso tivesse acontecido. Baseado no conceito Impact, mostrado no Salão de Los Angeles de 1990, ele tinha formas, no mínimo, controversas - incluindo as rodas traseiras parcialmente cobertas pela carroceria. Nesse ponto, o destaque positivo era o interior, um caso raro de futurismo de bom gosto.
Foi produzido entre 1996 e 1999 e, em sua segunda geração, ganhou baterias construídas com níquel, ao invés de chumbo, o que aumentava sua autonomia para aceitáveis 169 km. O curioso é que, por ser comercializado no formato de leasing, ao final da produção a GM pegou os carros de volta, mesmo com donos se comprometendo a cuidar por conta própria dos veículos.
Aqui, tanto o visual do carro quanto o seu formato de comercialização em nada são semelhantes ao que se vê nos elétricos de hoje.
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