Dez motivos para você conhecer o Samba da Vela, em São Paulo
Um dos ritmos mais brasileiros, o samba completa 100 anos em novembro deste ano. Para comemorar a data, o BOL começou a visitar algumas das rodas de samba mais tradicionais de São Paulo para desmitificar o que o poeta carioca Vinícius de Moraes afirmou em 1960: que a capital paulista seria o túmulo do samba. O Samba da Vela, a primeira roda de samba visitada por nossa equipe, é um ritual cheio de energia e seriedade que acontece toda segunda-feira, às 20h45, na Casa de Cultura de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista (Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434). Veja por que vale a pena visitar a roda ao menos uma vez na vida!
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Samba de qualidade
O evento é uma tradição cultuada há quase 16 anos. O grupo foi criado em 2000 por José Alfredo Gonçalves de Miranda (o Paquera - in memoria), José Marilton da Cruz (o Chapinha) e os irmãos Maurílio e Magno de Oliveira Souza. A madrinha do grupo é Beth Carvalho, que já gravou dois sambas vindos da roda: "Melhor Pra Nós Dois" e "A Comunidade Chora"
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Respeito à música
O público acompanha, sempre em silêncio, o ritmo do samba. Mas por que o silêncio? "Quando a gente vai ao teatro, a gente não fica fazendo barulho. Quando a gente vai à missa, também não. Então a gente difundiu isso. Aqui é um pouco de cultura com dinâmica de alegria, mas também tem um pouco de religiosidade", explica José Marilton da Cruz (o Chapinha), um dos fundadores da roda.
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Dona Cida
Ao final das apresentações, é a hora de Aparecida Silvério de Jesus, de 52 anos, brilhar no salão. Ela e sua filha, Marcela, de 23 anos, preparam, voluntariamente, as refeições servidas. "Depois do samba saio correndo com a minha filha para pegar a última lotação, moro em Embu das Artes. Chegamos em casa apenas às 2h, para estar de pé às 5h. Se vale a pena? Claro que vale", conta Cida.
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Caldo do dia
Não é à toa que Cida é amada por todos no Samba da Vela. Após a vela apagar, o caldo do dia é servido a todos os músicos, compositores e público do local. No dia em que a reportagem foi à Casa de Cultura de Santo Amaro, havia caldinho de feijão, acompanhado de macarrão alho e óleo e creme de ricota.
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Músicas autorais
Segundo Chapinha, um dos fundadores da roda, a ideia inicial era cantar sambas famosos. "Uma semana antes de inaugurar o Samba da Vela, nós nos reunimos para definir as regras do grupo. No final do encontro, começamos a cantar sambas inéditos que eram nossos. Foi aí que me pintou a ideia de cantar nossos sambas, porque senão ninguém coheceria nossas músicas."
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Composições do público
O Samba da Vela é aberto às composições de sambas do público em geral. Quando a vela é rosa, compositores desconhecidos são convidados a soltar a voz e mostrar novas músicas, acompanhados pelos veteranos. As canções são julgadas pela comissão da "Vela", e as melhores ficam disponíveis para quem quiser gravá-las.
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Custa só R$ 5
A roda é aberta para o público em geral. Quem quiser pode ajudar com a contribuição simbólica de R$ 5 como ingresso. O valor ajuda o Samba da Vela a manter instrumentos, alimentação, compra de velas e outros equipamentos necessários para a roda acontecer.
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Famosos sempre aparecem
O Samba da Vela ganhou visibilidade após uma visita inusitada na roda de samba: a da cantora Beth Carvalho. A sambista carioca tornou-se madrinha do grupo e, depois dela, vários famosos aparecem - sem avisar - na roda. Na imagem, Paulo Miklos, do grupo Titãs.
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Dá para acompanhar as letras
Os novos compositores que vão ao Samba da Vela apresentar suas músicas levam a letra para o público acompanhar e cantar junto. Com os papeis à mão, as pessoas participam em coro da cantoria.
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Ambiente familiar
Crianças, adultos e idosos acompanham a roda de samba juntos, em um ambiente familiar. Como o Samba da Vela não vende bebida alcoólica, as famílias curtem as músicas cantadas por novos compositores e veteranos durante todo o evento.
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