Brasil participa de mundial de churrasco pela primeira vez; conheça evento
Pela primeira vez uma equipe brasileira participa de um dos campeonatos mais tradicionais de churrasco americano. Dez profissionais disputam com 200 equipes internacionais o título em Houston, nos Estados Unidos, nesta semana.
Para competir no evento foi preciso que churrasqueiros brasileiros se especializassem na tradição americana de churrascos, o chamado american barbecue, ou apenas BBQ.
"Culturalmente, o Brasil segue a tradição sulamericana de churrasquear. Ou seja, normalmente grelhamos carnes com brasa direta", explica Daniel Lee, coordenador da equipe brasileira e primeiro brasileiro membro e juiz da Kansas City Barbecue Society, renomada entidade do ramo.
O mundial de BBQ do Houston Live Stock Show and Rodeo, que abriga a maior exposição de gado do planeta, será disputado no NRG Stadium entre os dias 21 e 23 de fevereiro. A convite do evento, a Pitmasters Brasil, entidade brasileira voltada para a técnica do churrasco de defumação, já está com equipe a postos.
O grupo é formado por mais nove mestres-churrasqueiros, vindos de cinco estados brasileiros: Marcio Giudicissi, Cassiano Rubi e Pedro Barioni, inscritos por São Paulo; Bruno Salomão Fontoura, inscrito por Campinas (SP); Rodrigo Bueno, por Caxias do Sul (RS); Robson Borchoski, por Guarapuava (PR); Jefferson Taboada, por Santos (SP); Leonardo Macedo; pelo Recife (PE) e Luã Tavares, pelo Rio de Janeiro (RJ).
Como funciona o evento
Ao UOL, Daniel Lee contou que agora o país tem profissionais certificados e prontos para competir nessa modalidade e explica como funciona exatamente o campeonato.
UOL: Por que é tão difícil conseguir uma vaga?
Daniel Lee: Apenas convidados participam em competições mundiais como essa. Para ser convidado, é preciso já ter tradição e mostrar o quanto o país está desenvolvido em competições e formação de profissionais Pitmasters (mestres churrasqueiros, em tradução livre), que são os especializados na técnica de defumação.
UOL: Quanto tempo dura cada prova?
DL: O trabalho começa na noite anterior ao julgamento dos preparos, porque algumas carnes demoram muito para ficarem prontas. Por isso, passamos a madrugada acordados de olho nesses preparos, até a hora dos juízes provarem, por volta das 12h.
Por exemplo: São servidas carnes desde com cocção de 6h, como a costela de porco, até o brisket, peito bovino que leva até 18h em defumação. Também existe a categoria sobremesa, que deverá ser feita somente em panela de ferro fundido e brasa. Essa será uma oportunidade legal de mostrar nossa técnica não somente no churrasco, mas também na sobremesa utilizando somente carvão e lenha!
UOL: Como os juízes dão nota?
DL: Ao receber o prato na mesa, cada juiz primeiramente analisa a apresentação e o cheiro. Depois prova para avaliar o sabor e a textura. Esses são os quatro critérios de julgamento, mas o sabor prevalece tendo maior peso nas notas.
UOL: Qual é a especialidade e o diferencial competitivo do Brasil?
DL: Viemos com o pé no chão, por ser a primeira vez que participamos em um evento desses, e também porque estaremos ao lado dos maiores vencedores internacionais. Pela primeira vez hastearemos nossa bandeira e todos verão que o Brasil será a grande novidade! Nos últimos anos, nos capacitamos e temos a coordenação de alguém que entende o paladar do povo local porque domino a técnica e, inclusive, também sou juiz certificado nos Estados Unidos.
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