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Em despedida, Trump não cita Biden e deseja "sorte" ao sucessor

19/01/2021 20h18

Na véspera de ceder o Salão Oval da Casa Branca para Joe Biden, o presidente Donald Trump desejou "sorte" para o sucessor, em uma mensagem gravada e divulgada nesta tarde (horário local) pela presidência, exatamente na hora em que Biden desembarcava na capital americana para a cerimônia de posse, que ocorrerá nesta quarta-feira (20) . Antes da transmissão do poder, Trump deixará Washington a bordo de um avião particular em direção à Flórida, sem participar do evento.

"Nesta semana, nós teremos um novo governo e rezamos pelo sucesso dele, e que mantenha a América segura e próspera. Desejamos o melhor e também queremos que eles tenham sorte neste trabalho tão importante", afirmou Trump, logo no início do discurso de despedida, à qual ele disse "estar preparado".

Durante quase 20 minutos, o presidente exaltou o próprio governo e a dimensão nacionalista que deu à sua administração, marcada pelos lemas "America First" ("Primeiro a América") e "Make America great again" ("Fazer a América grande de novo"). "Ao concluir o meu mandato de 45? presidente dos Estados Unidos, eu permaneço com vocês, verdadeiramente orgulhoso do que fizemos juntos", afirmou Trump, em um discurso direcionado ao seu eleitorado republicano.

Trump condena "violência política" - sem assumir responsabilidade por insurreição

O presidente reiterou as críticas à violenta invasão do Capitólio, afirmando que "todos os americanos ficaram horrorizados", que "a violência política é um ataque a tudo que mais prezamos e nunca será tolerada". Opositores democratas, entretanto, acusam o presidente de incitar a rebelião de 6 de janeiro, durante a qual ele tuitou comentários como "nós adoramos vocês"e "vocês são muito especiais".

"O movimento que nós começamos só está começando", frisou Trump nesta terça-feira, sinalizando que pode planejar permanecer na política.

No dia em que os Estados Unidos ultrapassaram 400 mil mortos pela Covid-19, Trump destacou o desenvolvimento e a aprovação "de não uma, mas duas vacinas" contra a doença durante o seu governo. "Dizem que é um milagre médico. Outro governo teria levado três, quatro, cinco, talvez até 10 anos para desenvolver uma vacina. Nós fizemos em nove meses", declarou.

Na economia, ressaltou a reforma fiscal, que resultou no corte de impostos, e a renegociação de acordos comerciais internacionais, em especial com a China. Também festejou a retirada do país do Acordo de Paris sobre o Clima, uma medida que Biden promete desfazer já  no primeiro dia do seu governo.

Biden homenageia mortos pela Covid-19

Minutos depois do discurso final de Trump, Joe Biden e a vice, Kamala Harris, participaram de uma cerimônia em homenagem aos mortos pela Covid-19 no país. A futura primeira-dama, Jill Biden, e o marido de Harris, Doug Emhoff estavam presentes.

A cerimônia, fechada ao público e restrita a poucos convidados, aconteceu diante do Memorial Lincoln, em Washington, sob um esquema fortíssimo de segurança. Quatrocentas velas representando túmulos foram instalados no local. Ao mesmo tempo, centenas de prédios simbólicos de todo o país, como o Empire State Building, em Nova York, foram iluminados para lembrar as vítimas do coronavírus.

Na capital, o cardeal do estado abriu a celebração, seguido por Harris. Em uma curta mensagem, ela disse que "todos nós choramos por vidas que que perdemos: uma avó, um avô, familiar, um companheiro, um amigo". "Por muitos meses, nós sofremos sozinhos. Esta noite, nós sofremos, mas começamos a nos curar juntos", disse a vice-presidente eleita.

Biden complementou, em um breve comentário: "Às vezes é difícil de lembrar [ que é possível curar], mas é assim que curamos. É importante uma nação fazer isso".

Lágrimas

Mais cedo, na despedida do seu estado Delaware, antes de embarcar para a capital, o presidente eleito chegou a se emocionar ao partir para a futura missão na Casa Branca. 

"Sempre serei um filho orgulhoso do estado de Delaware. Desculpe a emoção", declarou, com lágrimas escorrendo no rosto, no quartel-general da Guarda Nacional. "Quando eu morrer, Delaware estará escrito em meu coração e no coração de todos nós - todos os Bidens. Amamos todos vocês."

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