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Trump responde ação judicial com críticas sobre custo de trem na Califórnia

19/02/2019 12h39

Washington, 19 fev (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu nesta terça-feira à ação interposta contra si por 16 procuradores-gerais estaduais para bloquear a declaração de "emergência nacional" com críticas aos custos excessivos do projeto de trem de alta velocidade da Califórnia.

"Como eu previ, 16 estados, liderados principalmente por democratas que defendem fronteiras abertas e da esquerda radical, apresentaram uma denúncia no, é claro, Nono Circuito! da Califórnia", escreveu Trump no Twitter.

Esse tribunal, com sede em San Francisco, foi responsável por várias derrotas judiciais de Trump em questões como o veto migratório a refugiados e cidadãos de seis países de maioria muçulmana e a eliminação do programa de Ação Diferida (DACA, na sigla em inglês), que beneficia jovens imigrantes ilegais que chegaram ao país quando crianças.

Trump afirmou que a Califórnia, "o estado que desperdiçou bilhões de dólares em um trem de alta velocidade que saiu de controle e que não tem esperanças de que será concluído, parece estar à frente da" ação judicial.

"O fracassado projeto de trem rápido na Califórnia, onde os custos excessivos estão se transformando em um recorde mundial, é centenas de vezes mais custoso que o muro que necessitamos desesperadamente", acrescentou o governante.

Ontem, em coincidência com o feriado do Dia dos Presidentes nos Estados Unidos, uma coalizão de 16 procuradores-gerais estaduais entrou com uma ação contra Trump, em uma tentativa de conter a "emergência nacional" com a qual o governante procura arrecadar fundos para construir o muro na fronteira com o México.

A demanda, liderada pelo procurador-geral da Califórnia, o democrata Xavier Becerra, foi interposta diante da corte do distrito norte da Califórnia, com sede em San Francisco, que em janeiro de 2018 ordenou que Trump reativasse o programa DACA, que protege 690 mil jovens imigrantes ilegais, conhecidos como "sonhadores", da deportação e continuasse recebendo solicitações de renovação.

Segundo a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, informou em comunicado, se juntaram à demanda, além da Califórnia e de seu próprio estado, seus colegas de Colorado, Connecticut, Delaware, Havaí, Illinois, Maine, Maryland, Michigan, Minnesota, Nevada, Nova Jersey, Novo México, Oregon e Virgínia.

A demanda pode levar à abertura de um processo judicial que provavelmente levará vários meses, durante os quais espera-se que o decreto de Trump permaneça bloqueado, por isso a Casa Branca não poderia utilizar os recursos que identificou para construir a barreira fronteiriça.

A declaração de "emergência nacional" permite aos presidentes dos EUA acesso temporário a um poder especial para fazer frente a uma crise, e Trump a assinou na sexta-feira passada ao assegurar que há uma "infiltração" de drogas e criminosos na fronteira com o México que justifica a adoção de medidas extraordinárias.

Com esse decreto, Trump pretende reunir US$ 6,6 bilhões desviados de diferentes verbas já aprovadas pelo Congresso, que se somariam a outros US$ 1,37 bilhão concedidos pelo Poder Legislativo para construir a barreira fronteiriça.

A oposição democrata considera essa medida uma interferência "ilegal" no poder exclusivo do Congresso para determinar o orçamento, e o presidente já previu na sexta-feira que a batalha por esta questão chegará à Suprema Corte. EFE

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