Conheça as mil e uma faces de Regina Casé
A atriz, apresentadora, autora e agitadora cultural Regina Maria Barreto Casé nasceu no dia 25 de fevereiro em 1954, dias antes do período oficial dos festejos de Carnaval. Pisciana e filha de artistas, Regina veio ao mundo com todas as credenciais para a sensibilidade e arte popular. Conheça um pouco da trajetória dessa importante figura da cultura brasileira que está completando 65 anos.
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Nasceu na véspera de Carnaval
Na última quinta-feira de fevereiro de 1954, a filha de Geraldo Casé e Heleida Barreto Casé nascia em Botafogo, no Rio de Janeiro. A data, dias antes da maior festa popular brasileira, ajudou a quase filha do Carnaval a se identificar com a cultura de massas nacional, caminho que perseguiria por toda a vida
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Filha de peixe
A afinidade dos Casé com a produção artística data de, pelo menos, 1932, quando seu avô, Ademar Casé, inaugurou o primeiro programa comercial de rádio do país. O avô de Regina inovou a estética e a gestão do rádio no Brasil. Além disso, ela é filha do importante escritor, compositor e diretor Geraldo Casé, um dos pioneiros da televisão brasileira e pai das lendárias adaptações do "Sitio do Pica Pau Amarelo" para as telas
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Teatro que não é teatro
Apesar do ambiente artístico, Regina sempre teve certa resistência à ideia de ser atriz. Queria fazer teatro. Foi durante os estudos que conheceu Hamilton Vaz Pereira, seu primeiro marido, que ao lado de Casé atuaria na vanguarda do teatro brasileiro na década de 1970
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O trombone de Asdrubal
Regina partilhava com Hamilton o incômodo criativo que buscava atualizar o teatro para os novos tempos. Na década de 1970, os dois se juntaram com Perfeito Fortuna, Evandro Mesquita, Patrícia Travassos, Luis Fernando Guimarães, entre outros, e fundaram a cooperativa de teatro "Asdrubal Trouxe o Trombone". O grupo foi um importante motor da cena cultural carioca e influenciou a forma de fazer, criar e produzir teatro
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Gogol, a estreia e o primeiro prêmio
A primeira peça de Asdrubal foi a adaptação de "O Inspetor Geral", do russo Nikolai Gogol. A peça garantiu a Regina Casé o prêmio de atriz revelação e acendeu o alerta para o novo teatro que surgia com uma nova geração de artistas cariocas
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Molière e o Leão
A primeira peça inteiramente autoral do grupo foi "Trate-me Leão", que encenava as angústias da geração que cresceu no período mais brutal da ditadura militar. Com o mote "a felicidade é um compromisso terrestre" e uma montagem experimental, a peça marcou a história do teatro nacional pela inventividade estética. Ganhou o prêmio Molière, antiga premiação que era conhecida como o Oscar do teatro nacional
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Trabalhando com Chico Anysio
Vivendo ainda o sucesso de Asdrubal, Regina Casé foi chamada por Chico Anysio para participar de seu programa "Chico Anysio Show". Os dois faziam o quadro de entrevistas de Neide Taubaté, jornalista interpretada por Chico Anysio. As dezenas de entrevistados eram interpretadas, todas, por Regina Casé
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A pop Tina Pepper
Em sua terceira novela, "Cambalacho", Regina Casé teve uma personagem criada especialmente para ela: Albertina Pimenta, a Tina Pepper. A ambiciosa Tina Pepper fez tanto sucesso que a personagem sobreviveu à novela e acabou aparecendo em outros programas de TV e festas de artistas
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TV Pirata
Em 1988, Regina Casé se une a outra trupe para seguir inovando, dessa vez na TV. Com a proposta de satirizar a própria programação da televisão, a "TV Pirata" foi um marco no humor e grande sucesso de público
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Jornalismo de plateia
Quando a "TV Pirata" acabou, Regina entregou um projeto audiovisual diferente ao diretor Daniel Filho: queria trazer a troca com a plateia que tinha no teatro para o jornalismo. Em 1991, surgia assim, em parceria com o antropólogo Hermano Vianna, o "Programa Legal", seu primeiro sucesso e que marcaria a sua assinatura como apresentadora
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Retratista do Brasil
Com o "Programa Legal", Regina Casé desenvolveu uma marca e um jeito próprio de fazer televisão. Mirando a documentação dos costumes populares e periféricos, Casé se transformou em uma retratista da cultura, da língua e do patrimônio do país. São diversos os programas que abordaram esses temas, como os talk shows de cultura "Muvuca" e "Esquenta!", ou os jornalísticos "Brasil Legal", "Central da Periferia" e "Um pé de quê?"
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Polêmicas e processos
Em outubro de 2018, Regina Casé e a Rede Globo foram condenadas em uma ação por danos morais movida por um casal de Campinas. O motivo da ação foi a exibição da entrevista do filho desse casal, um menino de oito anos e vítima de câncer, para o programa "Esquenta!". Os pais alegaram que não houve autorização para o uso da imagem da criança, à época internado em um hospital oncológico. O menino morreu dias depois de ter a entrevista exibida e a indenização foi fixada pela Justiça de São Paulo em dois milhões e meio de reais
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Séries educativas
Regina Casé também trouxe sua assinatura em programas de entrevistas para as peças educativas. Os programas educativos que conduziu foram "Escola Legal", "Histórias do Brasil Legal", "Um pé de quê?" e "Que História é essa?"
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Também marcou o cinema
A retomada do cinema brasileiro também contou com o talento de Regina Casé. Foram 21 filmes desde 1978, mas as duas personagens que mais marcaram sua trajetória foram Darlene, de "Eu, Tu, Eles", e Val, de "Que horas ele volta?"