12 casos polêmicos que marcaram a história do Carnaval
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Cristo Mendigo
Em 1989, o carnavalesco Joãosinho Trinta apresentou o enredo "Ratos e urubus, larguem minha fantasia" e trouxe ninguém mais, ninguém menos do que Cristo para a avenida. A ideia era de que a réplica do Cristo Redentor aparecesse como um mendigo. Contudo, a Igreja Católica conseguiu proibir a apresentação na justiça e, em protesto, o carnavalesco levou para o Sambódromo a peça coberta por um plástico preto e a frase "mesmo proibido, olhai por nós". O desfile ainda contou com uma ala de componentes vestidos como mendigos que escalavam os camarotes e "roubavam" salgadinhos. A polêmica foi tanta que até hoje o desfile é lembrado e já foi revisitado diversas vezes tanto pela própria Beija-Flor como por outras escolas
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"Vamos vestir a camisinha, meu amor"
Em 2004, novamente uma ideia de Joãsinho Trinta deu o que falar. Com o enredo "Vamos vestir a camisinha, meu amor", a Grande Rio entrou na avenida com dois carros alegóricos cobertos com tarjas pretas e a palavra "censurado", após terem sido proibidos de desfilar pela Promotoria de Infância e Juventude a pedido da Igreja Católica por trazerem cenas de sexo para o Sambódromo. Com tantos problemas e repercussão, a escola terminou o campeonato em 10º lugar e o polêmico carnavalesco foi demitido horas antes da apuração
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Jesus açoitado
Outra vez ele: Joãsinho Trinta! Em 2005, pela Beija-Flor, ele produziu uma apresentação para o enredo sobre as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul que incluía Jesus Cristo, representado por um passista, sendo açoitado à frente de um dos carros alegóricos. A Igreja Católica protestou e a escola modificou a ideia original, trazendo o passista interpretando Cristo ensanguentado sendo crucificado e consolado por Maria Madalena
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Nossa Senhora apreendida
A Unidos da Tijuca apresentou o enredo "Terra dos papagaios... Navegar é preciso" em 2000 e viu a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes ser confiscada pela Polícia Civil dentro do barracão da escola. O painel com a santa não foi para a avenida para evitar indiciamento por crime de atentado a culto religioso, mas podia ser visto como decoração do barracão da escola até 2006
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Holocausto
Em 2008, foi a vez da Viradouro ser alvo de processo, dessa vez pela comunidade judaica por conta do desfile planejado pelo carnavalesco Paulo Barros. O carro Holocausto traria Adolf Hitler para a avenida cercado por representações de pessoas mortas. Depois de ser processada, a escola resolveu desfazer a alegoria apenas dois dias antes do desfile e colocar em seu lugar um carro alegórico cheio de faixas contra a censura e passistas com as bocas amordaçadas
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Roberto Carlos e a fé
Em 2011, a Beija-Flor, mais uma vez, foi questionada pela Igreja Católica sobre as imagens e representações católicas usadas em um desfile. Nesse caso, as esculturas foram feitas para o desfile cujo enredo homenageava Roberto Carlos. Uma arquidiocese levantou questões a respeito das escolhas, mas não ocorreram mudanças no plano original de apresentação
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Bebê raquítico
Ao falar sobre a importância da preservação da água, a Portela escandalizou o público ao surgir no Sambódromo com a imagem de um bebê raquítico em um de seus carros em 2008. A surpresa ficava por conta da transformação da criança para um bebê saudável e do cenário que passava de um lugar devastado para uma floresta
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Rainha com autorização judicial
Em 2010, a Viradouro se viu em meio a outra polêmica, quando o então presidente, Marco Lira, resolveu colocar a filha, Júlia, de apenas sete anos, como rainha de bateria da escola. Porém, para entrar na avenida, a menina precisou de autorização do Juizado da Infância e Adolescência. O debate em torno na questão tomou grandes proporções e foi discutido até pela mídia internacional
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Velha guarda deixada de fora
A comoção foi inevitável em 2005, quando a Portela atrasou o desfile por conta de problemas técnicos nos carros e, para evitar estourar o tempo, resolveu, por decisão do presidente Nilo Figueiredo, deixar a velha guarda de fora do desfile, assim como dois carros. Os integrantes, antigos conhecidos da escola, bem que tentaram participar, mas deram de cara com o portão fechado e as imagens com eles chorando impactaram o público. A velha guarda da Portela foi então convidada para sair com a Beija-Flor, vitoriosa daquele ano, no desfile das campeãs
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Julgamento e indireta
Chico Buarque foi jurado de desfiles em 1967 e diante do samba "Carnaval das Ilusões", composto por Martinho da Vila e Gemeu para a Vila Isabel não fez questão de esconder a insatisfação e deu uma nota baixa para a escola. Na ocasião, boatos diziam que o jurado chegou a dormir durante as apresentações. Martinho da Vila não se conteve e resolveu dar uma resposta musical para Chico com "Ciranda, Cirandinha", em que diz: "Fala, fala falador/Não lhe dou bola, porque eu sou bamba/Malha, malha malhador/Que não aceita a evolução do samba (...) Caramba, caramba/Nem o Chico entendeu/O enredo do meu samba"
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A primeira nudez a gente nunca esquece
Foi em 1989, pela União da Ilha, que Eloni Lara tornou-se a primeira mulher a aparecer completamente nua na avenida. Sem calcinha ou tapa-sexo, ela desfilou pela escola que apresentava então o enredo "Festa Profana". Na ocasião, a televisão não viu problemas em dar closes nas partes íntimas da moça durante a apresentação do carro Roma Pagã, porém a repercussão do caso foi tanta que, no ano seguinte, a Liga das Escolas de Samba, declarou proibida a "genitália desnuda". E adivinhem quem o veto inspirou? Isso mesmo, ele, o polêmico Joãosinho Trinta, que resolveu criar o enredo "Todo mundo nasceu nu" para a Beija-Flor, que conquistou o segundo lugar com o tema em 1990, um ano depois do Cristo mendigo, e, em 1992, resolveu descumprir o regulamento levando um casal nu para a avenida. Vale lembrar, que o vídeo com a transmissão do desfile de Eloni foi censurado pelo YouTube em tempos mais recentes por conta do conteúdo que viola as políticas sobre nudez ou conteúdo sexual
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Enredo e patrocínio
Em 2015, a campeã Beija-Flor causou polêmica com o enredo "Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade". A razão? De acordo com reportagem do jornal O Globo, a escola foi patrocinada pela Guiné Equatorial, recebendo o valor de R$ 10 milhões para o desfile. Fran Sergio, diretor-artístico da Beija-Flor negou a situação para o UOL, bem como Benigno-Pedro Tang, embaixador da Guiné Equatorial no Brasil, que desfilou pela agremiação. "O governo não tem nada a ver com isso. Somente pessoas do meio cultural. O que a imprensa divulgou é uma soma muito excessiva", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. "O enredo, polêmico ou não, foi maravilhoso. Já tivemos outros enredos polêmicos e ganhamos campeonato, já tivemos um Cristo mendigo. Mas eu sabia que a escola ia superar tudo", disse Neguinho da Beija-Flor ao UOL
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