Topo
Notícias

Sorveteria do PA abre unidade em SP de olho em expandir franquias na região

Gelateria Damazônia tem sabores típicos da região Norte, como o sorvete de castanha - Divulgação
Gelateria Damazônia tem sabores típicos da região Norte, como o sorvete de castanha Imagem: Divulgação
do UOL

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/01/2025 05h30

A Gelateria Damazônia, que tem oito unidades em Belém (PA), abriu uma loja própria em São Paulo em julho de 2024. Além de trazer sabores típicos da região Norte, como cupuaçu, açaí e bacuri, a empresa tem o objetivo de fazer a expansão da marca, inicialmente no Sudeste. A meta é abrir cem unidades até 2030 em todo o país, sendo 80 no Sudeste.

Na última semana de janeiro, a marca terá um carrinho de sorvete no Cristo Redentor, no Rio. "Esse será o primeiro franqueado da marca", diz Carlos Ferreira, 59, fundador e responsável por assinar o cardápio.

Franquia custa a partir de R$ 100 mil

A marca tem oito unidades em Belém. Em São Paulo, a primeira loja foi aberta nos Jardins (bairro nobre da capital paulista), em julho do ano passado. Todas as nove unidades da marca são próprias. A empresa foi aberta em 2010.

A expansão se dará em espiral. Começamos por São Paulo capital e vamos expandir para o interior paulista, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Carlos Ferreira, fundador da Gelateria Damazônia

Uma franquia da marca custa a partir de R$ 100 mil. Serão dois modelos de negócio: quiosque (investimento inicial de R$ 100 mil a R$ 120 mil) e loja de rua (de R$ 200 mil a 250 mil, fora a reforma do imóvel). O faturamento médio mensal estimado é de R$ 50 mil a R$ 70 mil (quiosque) e de R$ 80 mil a R$ 100 mil (loja de rua). O lucro previsto é entre 20% e 25%.

Sabores típicos da região Norte

Pets - Divulgação - Divulgação
Marca tem picolés em formato de patinha para pets
Imagem: Divulgação

O forte da marca são os sabores típicos da região Norte, como açaí, cupuaçu, taperebá (cajá), castanha-do-pará, bacuri e tapioca. Os mais vendidos são o Encontro das Águas (gelato de tapioca com creme de pistache) e o Marajó (gelato de queijo de búfala do Marajó, geleia de cupuaçu e cookie de castanha). Os preços são a partir de R$ 18,50 (cada bola). Há algumas versões fits, sem adição de açúcar e sem lactose.

No cardápio, há também combinações que misturam o paladar amazônico com sabores presentes em outras regiões. Um deles é o doce de leite com cumaru (baunilha da Amazônia).

A Gelateria Damazônia oferece ainda picolés para pets e para bebês. Na linha pet, os picolés são em formato de patinhas, feito com ingredientes naturais e sem uso de conservantes (R$ 12). Para os bebês, são picolés de frutas variadas adoçados com água de coco (R$ 8,90).

Quase toda a produção é feita em Belém. Lá, são produzidos de 5 a 7 toneladas de sorvete por mês. A produção em São Paulo está no início; são cerca de 750 quilos por mês.

A empresa não abre faturamento. O lucro foi de 22% no ano passado.

Damazônia Chocolates deve voltar em 2025

Ferreira é dono também da Damazônia Chocolates. A marca produz chocolates recheados com sabores da Amazônia. De 2000 a 2010, a empresa atuava somente no mercado B2B, vendendo produtos para as principais redes varejistas do Brasil. "Suspendemos a operação dessa empresa para abrir a Gelateria Damazonia, onde atendemos diretamente o consumidor final em lojas próprias", diz.

Em 2025 a Damazônia Chocolates irá voltar a operar. Segundo ele, a partir de fevereiro irá abastecer a loja da Gelateria Damazônia em São Paulo.

Cuidado com a expansão desenfreada, diz consultor

O diferencial da marca são seus ingredientes. "Ao trazer novidades para públicos de outras regiões, como os sabores diferentes, a empresa traz muita peculiaridade a seus produtos e desperta a curiosidade do consumidor", diz Adelmo Solera, consultor de negócios do Sebrae-SP.

Divulgação da marca é destaque. Para Solera, colocar um carrinho de venda, mesmo que seja pequeno, no Cristo Redentor, um dos maiores pontos turísticos do mundo, é uma estratégia importante na divulgação da expansão da marca e dos produtos em si. "Isso pode despertar o interesse de futuros franqueados", afirma.

O processo de expansão foi iniciado no momento certo. O consultor diz que Carlos Ferreira já testou o negócio como proprietário, o que o ajudou a sanar dificuldades e fazer os ajustes necessários. "Agora, seu foco é replicar o sucesso que a marca tem na região Norte", diz.

A forma de expansão em espiral é interessante. No entanto, diz ele, vale tomar cuidado com a expansão desenfreada. "Ele deve fazer essa expansão de forma programada. Ou seja, ampliando a rede em um raio de atuação, ano a ano", afirma.

Outro ponto importante é ter logística de distribuição do produto junto às franquias. O consultor diz que, se a produção for descentralizada, é preciso prestar atenção em como manter a qualidade inicial do produto. "A queda de qualidade pode atrapalhar a padronização da marca", afirma.

Notícias