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Angélica com Tabata, Titãs com Boulos: quem os famosos apoiam em SP?

Angélica divulgou apoio à candidatura de Tabata Amaral (PSB) - Reprodução/Redes sociais
Angélica divulgou apoio à candidatura de Tabata Amaral (PSB) Imagem: Reprodução/Redes sociais
do UOL

Matheus Pichonelli

Colunista convidado

02/10/2024 12h00

Reta final da campanha é aquele momento da guerra em que a cavalaria de artistas, intelectuais, influencers e padrinhos políticos começa a desembarcar na Normandia da disputa eleitoral para vencer o que cada um considera o mal maior.

Tabata Amaral (PSB) acaba de ganhar o reforço de Angélica na batalha pela Prefeitura de São Paulo. A atriz e apresentadora puxa a fila de celebridades que gravaram vídeos recentes em apoio à deputada. Nela estão também a atriz Rita Guedes e o escritor Francisco Bosco.

Com 17,1 milhões de seguidores só no Instagram, Angélica pode alavancar junto ao público indeciso uma candidata que correu praticamente sozinha a campanha toda.

A princípio, seu principal cabo eleitoral seria José Luiz Datena, que aos 45 do segundo tempo decidiu deixar a chapa e concorrer ao mesmo cargo pelo PSDB.

A separação antes do noivado não foi boa para ninguém.

Hoje Datena é a única celebridade que apoia Datena na campanha.

E Tabata tenta como pode se destacar nos debates para conseguir a exposição que o tempo escasso da propaganda de TV não permitiu.

Nessas horas, portanto, quem tem apoio tem (quase) tudo.

E ela não é a única a ostentar a preferência de famosos.

Pablo Marçal (PRTB), outro lobo solitário, empilha cortes ao lado de sertanejos como Gusttavo Lima e a dupla Bruno e Marrone desde que se lançou candidato.

Nenhum dos três fãs mora em São Paulo, é verdade. Gusttavo Lima é de Goiânia. Bruno tem casa em Uberlândia (MG) e Marrone, em Jussara (GO).

Pouco importa: Marçal, até outro dia, também não morava na cidade que pretende administrar.

Na disputa pelos votos estrelados, ninguém ganha de Guilherme Boulos.

O candidato do PSOL já tinha colecionado vídeos de personalidades como Caetano Veloso, Chico Buarque, Emicida, João Gordo, Malu Mader, Chico César, Alinne Moraes, Mônica Martelli e Tony Bellotto. Boa parte dos amigos também não vota na capital paulista, mas vale aqui vale a mesma lógica de Marçal: a apoio dado não se olha os cavalos, os dentes nem o domicílio eleitoral.

Na semana passada, Boulos viu outro titã, Nando Reis, assinar um manifesto com outros artistas e intelectuais que pedem voto útil a ele para evitar que o segundo turno paulistano seja decidido entre dois candidatos bolsonaristas. Assinavam a missiva nomes como Arnaldo Antunes, Denise Fraga e Raí.

A ironia é que quem come poeira na briga pelo voto dos famosos é justamente quem lidera as pesquisas.

Nunes, o atual prefeito, tem a maior coligação da campanha, mas até agora só ostenta lideranças religiosas em fotos tímidas ao seu lado.

Um deles, o apóstolo Valdemiro Santiago, conhecido na TV por vender falsas curas para doenças reais.

É o que tem para hoje.

Mas tanto ele quanto Boulos têm outras cartas na manga.

Na falta de um hesitante (tóxico?) Jair Bolsonaro (PL), Nunes tem no governador Tarcísio de Freitas (PRTB) o seu maior cabo eleitoral.

E Boulos tem o supertrunfo do presidente Lula (PT), com quem pretende desfilar por São Paulo no sábado (5), véspera da eleição.

Até lá, qualquer empurrão pode ser decisivo em uma campanha que promete ser decidida na unha. Quanto mais famosos e famosas no barco, melhor.

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