IBGE/Macedo: indústria cresce, mas alta é a mais baixa em 9 meses de crescimento
"Você tem de fato uma manutenção do crescimento. É o nono mês seguido de expansão da produção, mas faço o destaque de que o crescimento desse mês é o menor avanço dessa sequência de resultados positivos. Para além disso, tem o fato de estar muito concentrado nesse mês. De 26 atividades, só 11 mostram crescimento em janeiro ante dezembro. As demais já mostram uma redução de ritmo na produção industrial, um comportamento totalmente diferente de meses anteriores", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Macedo lembrou que a indústria de transformação teve um recuo de 0,1% em janeiro ante dezembro, depois de oito meses seguidos de crescimento. O pesquisador avalia que vários fatores estão por trás do crescimento menor na indústria como um todo em janeiro, especialmente o fim do pagamento do auxílio emergencial pelo governo.
"Claro que tem uma série de fatores que estão por trás desse número (crescimento mais fraco), talvez algo que vinha sustentando o crescimento em meses anteriores, como o auxílio emergencial, que não está mais presente", explicou.
Outros elementos que afetaram o desempenho da indústria foram a escassez de matéria-prima, o custo de produção mais elevado e o mercado de trabalho ainda deteriorado, com desemprego elevado e milhões de pessoas fora da força de trabalho.
O recrudescimento da pandemia também afeta os resultados de janeiro, especialmente no Estado do Amazonas, fortemente impactado pela alta no número de casos, com consequência sobre a linha de produção de bens duráveis na zona franca de Manaus.
"As motocicletas estão com queda muito intensa para esse mês (janeiro), os eletrodomésticos da linha marrom também. A pandemia e os efeitos dela dentro daquele estado ficam muito evidentes na produção de bens de consumo duráveis para esse mês", apontou Macedo, mencionando a redução da jornada de trabalho e a restrição à circulação de pessoas em determinados horários.
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