Wassef e outros advogados viram réus em processo sobre Sistema S no Ri ode Janeiro
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O advogado Frederick Wassef virou réu em um processo que investiga um suposto desvio de recursos no Sistema S no Estado do Rio de Janeiro, segundo o Ministério Público Federal do Estado.
A denúncia do MPF-RJ foi acolhida pela juíza federal substituta da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Caroline Vieira Figueiredo.
"A decisão favorável ao recebimento da denúncia foi atribuído pela juíza à existência de um amplo conjunto de provas, que inclui análises da Receita Federal sobre movimentações reveladas a partir da quebra judicial de sigilos bancários, elementos obtidos na operação Zelotes e compartilhados pela 10ª Vara Federal/DF, material arrecadado pela Polícia Federal a partir de buscas e apreensões, além de declarações de um dos réus, o colaborador Orlando Diniz”, informou o MPF.
Wassef e outras quatro pessoas foram denunciadas criminalmente por peculato e lavagem de dinheiro. O advogado já atuou para a família do presidente Jair Bolsonaro, mas a acusação não tem qualquer ligação com o presidente.
Segundo a peça, houve um desvio de 4,6 milhões de reais de recursos do Sesc-RJ e Senac-RJ, por intermédio da Fecomércio com "pagamentos de honorários advocatícios por serviços que efetivamente não foram prestados, relativo a contrato ideologicamente falso".
A acusação imputa a Wassef um desvio de 2,865 milhões de reais entre os meses de dezembro de 2016 e maio de 2017. Parte da denúncia é baseada na delação premiada de Orlando Diniz, um ex-presidente da Fecomércio-RJ que firmou um acordo de delação premiada.
Em nota, na semana passada, ainda para comentar a denúncia do MPF, Wassef disse que "estão criminalizando a advocacia no Brasil".
"Eu não tenho e nunca tive qualquer relação comercial com a Fecomércio, não fui contratado por eles, não recebi um único centavo desta entidade e jamais negociei com eles", disse o advogado.
Segundo Wassef, ele foi contratado e prestou serviços advocatícios a um escritório de advocacia criminal de São Paulo.
"Os serviços advocatícios foram devidamente prestados, os honorários foram declarados à receita federal e os impostos pagos."
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)
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