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EUA: Confrontos em protesto antirracista têm mais um morto; Trump anuncia visita

30/08/2020 11h50

Mais uma pessoa morreu em meio a confrontos entre manifestantes antirracistas e apoiadores do presidente americano Donald Trump, informou a polícia neste sábado (29). A morte ocorreu em Portland (Oregon), epicentro dos protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) desde que a polícia matou George Floyd, um cidadão negro desarmado, em maio.

De acordo com a imprensa local, "caravanas de centenas de automóveis" com seguidores de Trump a bordo seguiram para Portland, onde estava marcada uma nova manifestação contra o racismo e a violência policial. "Aconteceram atos de violência entre manifestantes e contramanifestantes. A polícia atuou e houve algumas detenções", afirmou a força de segurança no Twitter.

Ao atender um chamado, os agentes "localizaram uma vítima com um ferimento de bala no peito", explica um comunicado divulgado pelo departamento de polícia. "Os serviços médicos de emergência constataram a morte."

A imprensa local constatou vários confrontos e momentos de tensão, entre os diferentes grupos. A polícia não informou se o tiroteio que matou uma pessoa está vinculado às manifestações. Uma investigação por homicídio foi aberta.

Fotos mostram que o corpo da vítima usava um boné escrito "Patriot Prayer", um grupo local de extrema direita que tem atuado para interferir nos atos antirracistas.

Trump acusa prefeito de "incompetente"

Neste domingo (30), Trump tuitou e retuitou dezenas de mensagens sobre a suposta violência em cidades governadas por democratas, especialmente Portland. O presidente atacou o prefeito Ted Wheeler por recusar a ajuda da Guarda Nacional, que segundo Trump "poderia resolver os problemas em menos de uma hora".

"Wheeler é incompetente, assim como o sonolento Joe Biden", escreveu Trump, em referência ao rival democrata na eleição presidencial de novembro. "Isto não é o que nosso grande país deseja. Quer segurança e não que a polícia tenha o financiamento retirado", complementou o presidente.

Na sexta-feira (28), Wheeler divulgou uma carta aberta a Trump na qual criticava a "política de divisão e demagogia" do presidente. O prefeito também descreveu os manifestantes que atuaram de forma pacífica como parte de "uma orgulhosa tradição progressista" em Portland, ao mesmo tempo em que condenou a violência e o vandalismo.

Trump vai a Kenosha - mas não se sabe se visitará Jacob Blake

A Casa Branca anunciou que o presidente americano viajará na terça-feira (1°) a Kenosha, a cidade onde a polícia local deixou gravemente ferido o afro-americano Jacob Blake. Trump visitará a cidade de Wisconsin, estado do Meio Oeste do país, para reuniões com "funcionários responsáveis pelo cumprimento da lei" e "examinar os danos dos distúrbios recentes", ocorridos durante os protestos contra a agressão a Blake.

O homem recebeu pelo menos sete tiros nas costas diante de seus filhos, quando tentava entrar em seu carro. A cena foi filmada e impulsionou os protestos iniciados em maio, após a morte por asfixia de George Floyd, depois que um policial branco se ajoelhou em seu pescoço por vários minutos.

O porta-voz da Casa Brlanca, Judd Deere, não informou se Trump terá um encontro com a família de Blake, que sobreviveu aos tiros mas está paralisado da cintura para baixo. Trump costuma se referir aos manifestantes, que em sua maioria participaram em protestos pacíficos pelo país, como agitadores violentos. A retórica do "respeito à lei e ordem" integra sua campanha à reeleição.

(Com informações da AFP)

 

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