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Custo do brasileiro com animais de estimação passa de R$ 200 por mês

Cachorros, mercado pet no Brasil - Alvan Nee/Unsplash
Cachorros, mercado pet no Brasil Imagem: Alvan Nee/Unsplash
do UOL

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, de São Paulo

26/04/2024 04h00

Muitos brasileiros consideram o seu animal de estimação como da família e priorizam os cuidados de saúde e bem-estar. A média do valor gasto por mês é de mais de R$ 200 e isso impulsionou o crescimento no país do mercado pet, que tem investido em produtos de luxo e planos especiais de serviços. Tanto que o Brasil é o terceiro país no ranking que mais consome esse segmento, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Números no Brasil

População de animais de estimação é muito alta no Brasil. Dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) mostram que há 167,6 milhões de pets no país, com os cachorros e gatos liderando (67,8 milhões e 33,6 milhões, respectivamente).

Busca por qualidade de vida. A maioria acredita que os bichinhos reduzem o estresse (94,6%) e também trazem felicidade (97,5%). Por isso, além da prioridade nos cuidados, 73,3% dos tutores preferem comprar produtos de empresas que apoiam a causa animal.

Foi pensando nesse amor que Flávio Calmon abriu um salão para o público de quatro patas. O empreendedor é a prova de que buscam mais sofisticação no atendimento para os pets e até criou um modelo de negócio com uma abordagem que minimiza o medo e o estresse.

O modelo nasceu da necessidade de oferecer um serviço de alto padrão para cães de raças específicas. Nosso foco está no bem-estar, diversão e beleza do animal, com o uso de produtos e equipamentos tecnológicos avançados.
Flávio Calmon, empreendedor no mercado pet

Custos de um animal de estimação

Mais da metade dos brasileiros (56,4%), gastam mais de R$ 200 por mês com seus pets. Já 29,2% desembolsam entre R$ 100 a R$ 200, 9% ficam entre R$ 50 e R$ 10 e apenas 5,4% gastam menos de R$ 50 por mês. Os dados são da fintech Koin.

Preocupação com a saúde também entra na conta. 44,6% das pessoas levam seu animal de estimação ao veterinário uma vez ao ano, enquanto 26,7% levam todo semestre e 15,8% preferem ir a cada três meses.

Alimentação é o que mais pesa. Os principais custos se dividem em: ração (70%), medicamentos (6,9%) e produtos de higiene como xampu e escova (5,9%). Os dados são segundo o levantamento da fintech feito com uma base de 250 clientes.

Muitos lares estão dispostos a investir mais em seus animais de estimação, isso independente da classe social. O que difere é que as classes A e B, em geral, possuem maior renda disponível e estão mais dispostas a investir em serviços de qualidade para seus pets, incluindo banho e tosa, explica Calmon.

Mas o que é o mercado pet?

O mercado pet envolve todos os produtos e serviços voltados para os cuidados e lazer dos animais de estimação. Desde os mais básicos como ração e higiene até planos de saúde, creches, adestramento, estabelecimentos pet friendly, lavanderias especializadas, dog walker e entre outras opções, exemplifica Juana Angelim, diretora de operações da Koin.

Marcas de luxo também aderiram à ideia e passaram a criar produtos para esse segmento. Como Moschino, Vivara e Zara que expandiram os seus portfólios para atender esse público. Até mesmo terapia é um serviço já disponível.

Segmento faturou R$ 68,4 bilhões em 2023, segundo a estimativa do Instituto Pet Brasil (IPB). Esse valor representa um aumento de 13,6% em relação a 2022, quando o faturamento foi de R$ 60,2 bilhões. Já o setor de serviços, que inclui banho e tosa, cresceu 12,4% em 2023, alcançando um faturamento total de R$ 10,2 bilhões e representando 14,9% do mercado pet brasileiro.

Os pets sempre foram importantes para as pessoas, e ganharam uma relevância maior durante a pandemia. Quando os laços se estreitaram, abriu oportunidades para novos produtos, serviços e negócios.
Juana Angelim, Diretora de Operações da fintech Koin

Cenário daqui para a frente

Estimativa é que o mercado pet continue crescendo nos próximos anos. "Isso porque é menos afetado por crises econômicas, já que as pessoas não tendem a renunciar aos cuidados com seus bichinhos", diz Angelim.

A tendência é que criem cada vez mais serviços e produtos específicos. Há muitas possibilidades, como ração voltada para gatos com problemas renais ou cães idosos que precisam de fisioterapia. O setor se reinventa e evolui rapidamente, seguindo a demanda.

Grandes marcas de produtos incorporando opções para os animais de estimação é um exemplo. No exterior, é um mercado que também está em alta e as perspectivas de crescimento para os próximos anos são bastante positivas, com estimativas de uma taxa anual de crescimento de 5,1% entre 2023 e 2028, segundo a Expert Market Research.

O mercado premium pet se coloca como uma grande oportunidade para quem quer investir no segmento de higiene e beleza animal e montar o seu próprio negócio.
Flávio Calmon, empreendedor no mercado pet

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