Topo
Notícias

Jornalista da edição russa da Forbes detido por publicações sobre a guerra

Jornalista da Forbes foi detido na Rússia - Reprodução/Reuters
Jornalista da Forbes foi detido na Rússia Imagem: Reprodução/Reuters

26/04/2024 08h14Atualizada em 26/04/2024 08h53

Um jornalista da edição russa da revista Forbes foi detido, acusado de propagar "notícias falsas" sobre abusos cometidos pelo Exército na Ucrânia, anunciou nesta sexta-feira o seu advogado.

O jornalista russo Sergei Mingazov foi detido em Khabarovsk, no extremo leste da Rússia, por "compartilhar publicações sobre os eventos em Butcha no canal do Telegram da Khabarovskaya Mingazeta", afirmou o advogado Konstantin Bubon no Facebook, em referência ao massacre de 2022 na área próxima a Kiev.

A Forbes informou que até "o momento não conseguiu entrar em contato com Mingazov".

O repórter corre o risco de ser condenado a 10 anos de prisão pelas acusações recebidas. Vários críticos da ofensiva russa na Ucrânia foram detidos por motivos similares.

Alguns foram condenados especificamente porque denunciaram o massacre de Butcha, como o opositor Ilya Yashin, que recebeu pena de oito anos e meio de prisão.

O documentarista Vsevolod Koroliov foi condenado em março a três anos de prisão. Yuri Kokhovets foi sentenciado este mês a cinco anos de trabalho correcional por criticar a ofensiva na Ucrânia quando foi entrevistado pela imprensa na rua.

Além disso, em janeiro, um ativista dos direitos humanos, Gregori Winter, foi condenado a três anos de prisão por divulgar "informações falsas" sobre os eventos em Butcha.

O Exército russo é acusado de ter cometido um massacre nesta localidade ucraniana durante a retirada da região em 2022.

Moscou nega as acusações e alega que Butcha foi uma "encenação" ocidental, rebatendo os vários testemunhos e evidências apresentadas pelos moradores e autoridades ucranianas.

Quase todos os opositores mais conhecidos da Rússia fugiram do país ou foram detidos. O mais conhecido de todos, Alexei Navalny, morreu em circunstâncias indeterminadas em uma prisão no Ártico em fevereiro.

Notícias