Casa natal de Hitler abrigará sede da polícia
"O futuro uso da casa pela polícia será um claro sinal que esse prédio nunca será usado para comemorar o nazismo", afirmou o ministro austríaco do Interior, Wolfgang Peschorn, em comunicado.
O governo lançará um concurso para arquitetos da União Europeia para a reforma do imóvel. Um júri formado por especialistas e funcionários públicos escolherá o projeto vencedor no primeiro semestre do próximo ano.
A casa foi alvo de uma longa batalha legal entre o governo e a sua antiga proprietária. O imóvel foi expropriado em 2016. Diante da decisão, a então proprietária do imóvel, Gerlinde Pommer, entrou na Justiça. Em agosto, um tribunal determinou que ela deveria receber uma indenização de cerca de 810 mil euros (aproximadamente 3,7 milhões de reais). O Estado havia concordado em pagar 310 mil.
Embora Hitler tenha passado pouco tempo na propriedade, ela continua atraindo admiradores do ditador. Moradores da região relatam que extremistas de direita costumam viajar para Braunau am Inn para fazer fotografias em frente à casa.
Hitler, nascido em 20 de abril de 1889, viveu na casa em questão durante seu primeiro ano de vida. Três anos mais tarde, a família se mudou para Passau, no estado alemão da Baviera. Durante a Segunda Guerra Mundial, um oficial nazista comprou o imóvel e o abriu para o público. Anos depois, ao fim da guerra, a casa foi devolvida aos proprietários originais, a família Pommer.
O Ministério do Interior alugava o imóvel desde 1972 por cerca de 5 mil euros por mês. O edifício já abrigou uma biblioteca, um banco e, mais recentemente, um centro para pessoas com deficiências, que se mudou do lugar em 2011, depois de a proprietária não permitir a realização de obras para melhorar a acessibilidade. Desde então, o prédio de 800 metros quadrados estava vazio.
Não há no local muitas referências ao passado da casa, pintada da cor amarela. Apenas uma pedra de granito, vinda do campo de concentração de Mauthausen e colocada ali em 1989, por ocasião do centenário do nascimento de Hitler, recorda o passado inglório. "Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos servem de advertência", diz a mensagem cravada na rocha.
CN/efe/apf/rtr/dpa
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